UM INGREDIENTE A MAIS
Respirou aliviada ao ouvir, do quarto, o clique da chave na porta que estava sendo trancada. Metodicamente arrumou a cama e esperou pela campainha do telefone. Ninguém ligou. Vestiu jeans, camiseta e sapatos baixos, confortáveis o suficiente para a caminhada, talvez longa, até a loja de conveniência que A. havia indicado. Tentou imaginar que fazia parte de uma intricada rede mantida por códigos de indicação, mas repeliu aquela bobagem achando que caberia mais em filmes. Praticidade era o que importava no seu caso, pensou. Foi em frente e até riu discretamente de um gracejo ouvido pelo trajeto. A uma certa altura parou e conferiu o papel com o endereço. Era ali, naquela calçada. Rasgou-o em pedacinhos e atirou numa lixeira. Empurrou levemente a porta de vidro e foi diretamente ao balcão. Confirmou a identidade do atendente, disse quem a indicara e aguardou...
Voltou ao apartamento e o restante do dia não teve nada de extraordinário. Tomou banho, preparou o costumeiro jantar, mas, desta vez, acrescentou uma travessa à mesa, onde uma linda salada, ornada por um bom número de cogumelos nada exóticos, era o destaque...
Respirou aliviada ao ouvir, da sala, o clique da chave na porta que estava sendo aberta.