* JOKER: SEGREDO
(...) Sou uma criatura estranha, na verdade, um ser estranho, sinto demais, tudo demasiadamente, intensamente, profundamente, seja sentimentos bons ou ruins, seja emoções ou sensações. Sou uma criatura, que sente com os olhos, com os ouvidos, com o tato, paladar, olfato, tudo instiga minha mente e coração. Sinto tanto, que envolvo demais, fico perto demais, para sofrer em seguida, consequencia. Apenas consequencia. Mas escolhi ser assim, as vezes, mascarado para não ficar e ser vulnerável, para não ser pária, em um universo em que ser diferente, é pecado. É imperdoável. Sinto com veemência, excelência, com tamanha naturalidade, que absorvo sentimentos, como fosse aquele combustível necessário para minha vida. Sou estranho, e sinto deslocado todo tempo, em meio a multidão, sou comum. Mas dentro de mim, há um universo, composto de sombras, escuridão, trevas e luz, uma fome avasssaladora, uma ânsia monstruosa, que conduz meus passos, mas guiado por sentimentos. Sim, posso ser estranho sendo comum, sendo igual, invisivel. Posso ser todo tempo, assim, como não pudesse ficar satisfeito com nada, como não fizesse parte de lugar algum, como quisesse ser normal, em um universo imperfeito, onde cada loucura, é mascarada, é silenciada de forma brutal.
Sim, há monstros em mim, alguns mais perigosos e ardilosos que outros, soturnos, sombrios, encarcerados, envoltos em seus proprios conflitos, há medo e coragem, solidão, dor e prazer, há certezas e dúvidas, há tanto de mim que por vezes, prefiro ocultar, manter segregado, aprisionado, algemado e mascarado. Um poder, e não uma força. Um poder que percorre meus pensamentos, que incendeia minha pele, que innflama e irradia. Há em mim, algo que tenho escolhido ser, sem preservar, sem temer, sem medo, por ser parte de mim, uma parte do que sou, e que escolho ser de verdade, que prefiro ser de verdade, além de mim, em mim.
- Damien Darkholme