A menina da balada
A MENINA DA BALADA.
Ela entra na discoteca e não sai de lá só. No fim da noite sempre termina em uma cama.
É grave. Pelo prazer não mede o que pode ser perigoso. Ela quer se divertir, ela quer adrenalina, quer arriscar. Sai da discoteca quando raia o sol. Dominada por vodka, com a roupa amassada pelos amasso e beijos furtivos de desconhecidos. Com eles, ela dança o funk até o chão. Deixa os caras loucos, querendo mais. Alguns sabem que terão. Basta que ela goste. Ela se fascina quando a olham, quando a desejam. Tem bebida e cigarro pagos. Tem o que quiser. A menina da balada fecha a pista e não tem para ninguém. Medir consequências de quê? Para quê? Não admitia perder tempo com isso. Ela queria bailar, até o mundo acabar. Suas intensões eram as piores. Seduzir, abalar, apelar.
Sem pudor fazia uso da sensualidade, do corpo malhado. Exibindo todas as curvas detalhadas por um vestido vermelho curtíssimo e justíssimo. E é exatamente por isso que um cidadão pergunta , qual o preço? Ela responde: alto. Muito alto.
Se abandonar a pista lhe valesse, a menina da balada o acompanharia e ainda disse que da companhia dela o velho não se arrependeria. Parecia que ele era um cavalheiro. Não deixou ela rachar a gasolina. O motel era por conta dele, ela disse ainda bem, não gostaria de dispor de nada. Visava apenas o que poderia ganhar.
A menina tinha ganas de poder, tinha ganas de noites eróticas, Gostava de dominar, ser possessiva. Eles adoravam. E seu lema principal era pegar, não se apegar.
Curtição, bebedeira, e fotos. Muitas fotos para postar nas redes sociais. Queria mesmo exibir seu modo louco de viver. Quem quisesse que compartilhasse. Ela adorava ser alvo de comentários.
Chegava ao fim mais uma intensa madrugada. Que lhe rendeu tudo o que ela mais desejava.
Com o dia clareando, se preparava para voltar ao lar. Vestia-se discretamente para sair. E saía satisfeita. Muito satisfeita. Depois de tomar um banho ia dormir. E esperar.
Esperar ansiosamente a próxima balada.