ACADEMIA CELESTIAL DE LETRAS

O grande salão nobre estava lotado, todos sentados em cadeiras de vime vestidos com suas batas brancas bordadas de ouro.

Ali estavam Joyce, Proust, Rimbaud, Hugo,Rosa, Machado, Falkner e todos os grandes autores universais. O ultimo a chegar fora Carlos Fuentes e logo recebido com um forte abraço por Scoth e Zelda que lhe ofereceu um ponche de ameixas Mexicanas," nossa como era bela", mas notou uma ponta de ciumes no olhar de Scoth, bebericou agradeceu a Zelda.Ficou maravilhado ao ver todos os grandes ali reunidos no salão oval, como era grande e como tal beleza podia existir; pensou;" Isso pode dar uma bela novela".

A academia dos imortais mortos era presidida por ninguem menos do que o rei hebreu Davi que suscedeu há Dante no dia anterior, pois houve uma votação em massa pelo nome do salmista, Dante parecendo não mais interessando pelos encontros noturnos entregou o cargo ao conselho presidido por shakespeare. Fuentes olhou ao redor e foi o Rosa que colocou sobre seus ombros sua bata e lhe disse com seu sotaque sertanejo;

---Bem vindo caro Fuentes a academia celestial dos imortais mortos,

receba sua bata imortal bordada á mão por Gabriel e beijou- lhe a face.

Carlos sorriu-lhe e pensou em Diadorim.

Rimbaud declamou um poema no alto de uma das tantas galerias com suas cortinas crena e com um copo de vinho na mão olhava para Valery e recitava talvez para a esposa do amigo, Mauté;

"Todos ali achavam que Artur no fundo amava era Mauté".

---E eu te beijava sem me dar conta de que seis labios

me diziam:

--Sou cereja e quão grandes eram!

e bebiamos às escondidas como a primavera bebendo o outono.

Era a pena que voava no ceu limpo sobre a areia do coração.

Meu coração não é ação!

--Quem dera fosse

---Quem dera se prestasse á este amor .

Assim sem raízes sem traje e cores.

Tudo em mim era ilha mais que deserta!

As vezes era o céu outras tantas uma estrela

opaca no inferno de mãos frias leva-me

pelo acaso junto á gente sem coração.

Porém minhas veias, rasgavam com o calor de seu sangue.

Seu sorriso me conduzia por lugares nunca visto.

Enchia me de palavras sua calma inerte frenetica

no amago de sua alma de titanio.

Meu amor era vida, a palavra que me exitava,

eu pensava que a flor me esqueceria,então me perdia em seu corpo nu.

Se vivo, não creio que vivia por voce.

Se o ar que respirava era imortal, bobagem o ar que respirava não era voce

é tudo que há em voce era pedra inerte, sombra sem luz

que conhecia a sua sombra.

Byron cochichou no ouvido de Fuentes;

----Veja meu velho eu não consigo entender Rimbald

em seus poemas usa o passado e o presente juntos, verbos e pessoas em

diverentes versos podeis entender?

---Mas lord isso aqui é o ceu e não pode haver criticos impiedosos por aqui,

ou há? perguntou-lhe.

---Chegastes agora e não conheces o vicio de alguns destes genios.

Fuentes olhou todos ali, e sentado em um canto estava Machado calado pensando talves na rua do ouvidor, se achegou a ele e perguntou por Capitu, amava Dom casmurro. Machado olhou e disse;

---Ah ela anda lá pros lados do vale das ninfas.

---Vale das ninfas? Indagou Fuentes;

---Sim Carlos se voce teve uma capitu em sua obra ela deve lá esta.

Fuentes olhou tudo aquilo e chorou.