Os sete condenados.
Eles foram condenados sem julgamento. A sentença foi implacável: ficariam sentenciados num espaço tão pequeno, mas tão pequeno, que mal daria para se mexer. Uma situação degradante, que relegaria qualquer ser humano para uma condição bravia de revolta, por não poder exercer seus mínimos direitos para moverem-se quando bem quisessem. Eles estavam consternados dentro dessa situação. Essa obrigação de ficarem poucos centímetros de distância um do outro talvez seja o mais cruel castigo. Os cheiros, os suores e todas suas bactérias se misturando numa simbiose na qual não se sabia mais o que era de quem. O ar mal dava para respirar. As paredes frias tornavam o ambiente ainda mais sombrio. E aquela câmera flagrando até seus pensamentos piorava ainda mais a situação.
Triste sina que parecia não ter mais fim.
Seja o que foi que os tenha colocado lá, não se justificaria tamanha crueldade. Por certo, haveria um algoz por trás dessa sórdida situação. O mais inquietante de tudo é que não havia revolta vagando por lá. Parecia que aceitavam o seu destino com a complacência de quem já não quer mais lutar, de quem não se prestaria mais a fazer qualquer coisa para sair daquele inferno. Por vezes, foram poucos, uns dois ou três. Agora eram sete. Que cumpriam a sua pena neste confinamento até o último instante, até o momento em que chegassem ao seu andar e pudessem sair do elevador.
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