No convento de um cidadezinha, Irmã Elise em sua celinha medita e reza.
 

 

Por lá, trabalhava no colégio anexo e também estudava com as normalistas.
 

 

Convivia muito bem com todas as moças e apesar do hábito que usava ,ainda de noviça, as colegas a tratavam sem a menor cerimônia.
 

 

Falavam de seus amores, suas dores, corações partidos ou explodindo de paixão.



 

Após as aulas, as demais iam para casa e ela,  iniciava os trabalhos.Ajudava na cozinha...

 


 

No entanto,  sentia-se estranha nos últimos dias e sua cabeça a fazia rodar.



 

Não parava de pensar em sua casa, até no seu vizinho e ex-namorado de tantos e tantos anos atrás , em sua família que havia deixado ao tomar a decisão de entrar para o convento.



 

 

E, numa noite, ali deitada, ela olha para suas vestes largas, compridas e sem formas, camisolões  que escondiam todo seu corpo...



 

Olha e adormece...

 

Sonha e se vê ali deitada, insone e o dia amanhecendo...Ela, com roupas normais, lindas e sensuais, esperando o seu amor..



 

 

Fica horas assim até que chega , como numa nuvem, seu grande amor...

Vivem momentos com nunca na realidade haviam vivido...Foi maravilhoso!

E ao fundo, num piano ,era tocado  sua música:"Pour Elise"

 

 

Pela manhã, Irmã Elisa acorda para suas orações , toma café e vai às aulas.  Num ímpeto, conta o sonho para as colegas que ficaram surpresas e passaram a dar conselhos e trocar confidências.
 

 

 Elisa escutava, ouvia tudo e chegava a balançar na sua vocação.
 

 

Será , poderia viver aquilo do sonho na real?
 

Será o amor ainda a estaria a esperar lá fora?
 

 E eram tantos os "SERÁS" que em sua cabeça apareciam...
 

 

E por assim agir,nada aconteceu e, passou o tempo.
 

 

Hoje, Irmã Elisa recorda daquele momento de sua vida e sabe que  fez bem...


 

Mas, no fundo, lá no fundinho, gosta de lembrar daquela noite , daquele sonho onde foi tão feliz.


 

E nessa hora, se pergunta:


 

-Terei eu agido certo?

Ou apenas me escondi aqui, com medo de enfrentar a vida?


 

Essa dúvida lhe ocorria seguido, mas agora, já se sentia velha demais...
 

Seus dias  não seriam mais muitos e ela os queria viver tranquilamente.


 

Assim, rezava, rezava e rezava cada vez mais ...


 

 E era feliz, vendo os outros serem felizes no amor. 


 

Ela se dedicara a um AMOR maior!


Rejane Chica
Enviado por Rejane Chica em 02/05/2012
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