Rei da fuga
Mais um dia, que Manelão chegava para trabalhar na casa de menores infratores do Estado da Guanabara.
Passando pelos portões, assinou seu ponto e se apresentou para o café com o chefe de cessão no pavilhão central juntamente com os menores. Após o soar da sirene de termino da refeição,
reuniram todos os menores no centro e foram fazer uma revista de surpresa nas selas para desmobilizar qualquer situação de rebelião.
Duas horas depois, o resultado era muitos estoques, camisinhas,celulares, dinheiro, drogas, facas e estiletes.
Satisfeitos os agentes carcerários ficaram mais tranquilos, pois sabiam que aquele ato iria evitar uma rebelião, pelo menos naquele dia.
Só não esperavam, que naquele mesmo diatudo começasse pela noite.
Após o almoço, houve uma pausa. Um silêncio mordaz tomou conta do pavilhão central. E na linguagem dos agentes, naquele dia diferente, muitosilêncio ou barulho demais era sinônimo de confusão. Não tardando para a casa de menores, numa fração de segundosenveredar pelos dois estágios.
No último, o barulho, pool. E espocaram o muro com uma mesa feita de madeira de lei. O rombo do buraco na parede era a obra prima dos mais de cinquenta menores que por ali ganharam fuga para a mata. O que não se contava, eraque alerta estavam os agentes e em sua maioria, os menores foram recapturados. Na verdade apenas o caveirinha, depois de pular os muros altos do reformatório é que pareceu ter conseguido se safar.
Após a busca na mata, pelos cansados agentes, Sabá, que ainda estava na mata batia no mato com o seu terçado e não conseguiu sentir que o caveirinha estava embaixo.
Quatro horas depois da busca, os agentes desistiram e naquela imensa escuridão Caveirinha saiu e pegou a estrada da perimetral norte. Mas para a sua má sorte, próximo do local passou uma Kombi da lavanderia, que o viu e sem alarmar avisou aos agentes, que imediatamente seguiram num carro particular, para não alertar o bandido.
Seguiam na estrada escura, quando avistaram a dez quilômetros Caveirinha sem correr para não levantar suspeita, caminhava livre.
O carro particular chegou bem perto e um dos agentes pela janela perguntou ao Caveirinha uma informação, que nada mais foi que a senha para a sua prisão.
Depois de agarrarem o menor levaram- no para uma sala escura, onde alguém falou:
- Ei rei da fuga toma o teu ECA!
E a pancadaria foi Federal, queCaveirinha ficou uma semana no hospital. Após essa tentativa, o rapaz passou a ser chamado de Peal Harbo, ou seja, só bomba.