O despertador
"Era uma terça-feira como outra qualquer, olhei pro lado, o despertador marcava às 06h30min da manhã, já estava atrasado, levantei e fui depressa tomar banho e me arrumar.
À medida que ia descendo as escadas, ficava cada degrau mais forte aquele cheiro formidável de panquecas recém-preparadas, certamente era meu café da manhã preferido, com muita pasta de amendoim e um delicioso suco de laranja, o que me deixava ainda com mais fome.
Olhei em direção a cozinha, minha esposa estava terminando de por as panquecas nos dois pratos, a mesa já estava posta e havia um jarro de margaridas ao centro. Ela ainda vestia seu roupão azul claro e estava com os cabelos também despenteados, mas não conseguia parar de pensar em como ela é linda.
Ao escutar o barulho das chaves, minha esposa olhou para minha direção descendo as escadas, havia uma relativa distância, mas pude a olhar nos seus belos olhos azuis; apesar de estar morrendo de fome, apesar de sentir-me grato pelo café da manhã preparado, apesar de acha-la a mulher mais linda do mundo, apenas abaixei a cabeça e continuei em direção a porta da frente, pois simplesmente não conseguia nada falar.
Chovia muito na estrada, o velocímetro já marcava 70m/h, tinha que andar mais rápido porque já estava atrasado pra uma reunião no trabalho, admito que já estava muito estressado, além da fome que ainda persistia, pelo menos lembrei que ainda havia uma barra de cereal no porta-luvas do carro.
Ao olhar pro para-brisa novamente, duas luzes incandesceram tudo, não conseguia identificar o que era do outro lado, pois havia muita água escorrendo pelo vidro, até que um barulho alto de buzina soou e naquele momento tudo de repente ficou escuro... Foi quando abri os olhos novamente, olhei pro lado, o despertador marcava às 06h40min da manhã."