A angustia em ser feliz

Ela o largou e partiu seu coração partindo para o abismo da sua vida melancólica. Perde-se muito tempo quando se perde um grande amor, assim se perde muito da vida por tentar reconquistar o que já foi perdido, doce ilusão. O precipício é algo assustador, gera pânico de tanto que se afunda nas magoas de um rio de água salgada, causado por um leve deslize de sentimentos. Bastava entender; que os dias sempre nos levam e que nunca levamos um dia, que o tempo nos carrega para onde ele quer e para quem ele quer. Entendê-lo-ia se fosse sutil, mas não seria prazeroso, mas sim tedioso, o fácil é bom, mas o complicado alucina, causa prazer e, quase chega a ser infinito, mas depois some, como se nunca tivesse surgido. O tempo que agora vigora não é mais o de outrora e não existe o mesmo, mas sim o renovado. Complicado aceitar, mas a finitude é algo certo, pensar na vida feliz como ela sendo verdadeira é cair em total angustia. O fácil é ser facilitador e não querer apropriar-se do tempo como se ele fosse seu, ou então, quiser ser o tempo. Basta um aviso, basta uma vida, basta não querer viver o que já foi vivido. O tempo nos leva à felicidade da mesma maneira que nos tira dela. E ela nunca será a mesma, ou nunca somos os mesmos?

Guilherme Cesar Meneguci
Enviado por Guilherme Cesar Meneguci em 08/04/2012
Reeditado em 08/04/2012
Código do texto: T3600447