O DEVASSO - DIÁLOGOS & VOLÚPIAS
Os personagens:
Lord Ernest: homem de altura mediana. Costeletas esbranquiçadas. Sempre de terno muito bem alinhado. Possui uma pinta negra discreta no meio da grande testa. Carrega consigo sempre um lencinho branco, pois sua muito. Possui fama de libertino. Vive na noite Boêmia. Sempre rodeado de belas mulheres, fumando charutos e tomando conhaque.
Amadeus: ex-cacheiro viajante. Vizinho de Lord Ernest. Casado há 30 anos com Jacinta, uma mulher insuportável e cruel. Gordo. Medroso. Estranho. Bebe pouco, pois logo fica embriagado. E sente um misto de ódio, inveja e atração por Lord Ernest.
O Diálogo:
Os belos sofás de Lord Ernest eram também confortáveis. Ideais para uma boa conversa regada com boas bebidas. E é claro as orgias de sua casa se estendiam em todas as extensões, inclusive nos belos sofás. Que agora eram ocupados um pelo anfitrião e outro pelo estúpido Amadeus.
Lord Ernest : - Então como estava lhe dizendo este é o problema do mundo. Mistificam o sexo. Se fosse diferente muita coisa seria melhor. O mundo seria tão maravilhoso se a vida fosse uma eterna suruba universal.
Amadeus: - Hum. Não sei. Acho que não estamos prontos para isso.
Lord Ernest: - Sempre estivemos prontos para isso. É natural. Outra coisa, caro Amadeus, vês que o mundo está tomando um rumo de autodestruição inegável. O mundo não, nós, humanos. E ainda acreditas em coisas ditas belas, em falsas moralidades do que é certo ou errado. És tolo se assim pensas.
Lord Ernest pausa para sorver um drinque enquanto encara o temeroso Amadeus. E então prossegue:
- A mente humana é habitada pelos mais depravados desejos. Todos têm. E os que não têm ou estão mentindo ou não conhecem a si mesmos. Desde da mais Santa Madre de qualquer lugar até o menininho de 10 anos que fica excitado ao ver a calcinha branca da velha empregada.
Amadeus: - Que horror!
Lord Ernest: - Muito me espanta seu espanto. Sei que desejos luxuriosos e desvairados habitam sua mente. Aliás. Esta conversa deixou-me excitado. Vire-se Amadeus. E baixe essas calças, vou adentrar estas tuas ancas gordas.
Amadeus salta do sofá. Confuso. Tremendo.
Amadeus: - Estás louco. Ouça! Respeite-me.
Lord Ernest: - Vejo em seus olhos que desejas isso mais do que eu. É um favor que lhe faço. Em troca, um dia quem sabe. Cedes-me sua filhinha. Ela está quase no ponto. Além do mais, achas que não sei que frequentas a casa de Madame Sullan?
Amadeus: - Não. Nunca estive naquele buraco de perdição, sodomia e depravação.
Disse isso e saiu porta afora atordoado. Enquanto isso Lord Ernest ria. Ria e bebia seu conhaque.
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