PÉROLA NEGRA
A tarde caía preguiçosamente naquela sexta-feira. O caminho para a praia já estava marcado. No íntimo, pressentíamos que nossas horas esgotavam-se ininterruptamente. A sensação era de um desespero velado. Sabe aquele friozinho gelado que assola o estômago! Sentíamos em toda sua plenitude. Assim caminhávamos pelo imenso calçadão semi-deserto, povoado pelo vento do mar. Ao longe uma visão magnífica, embarcações adormecidas descansavam sobre as águas abrigadas da enseada, esperavam pacientemente por seus intrépitos tripulantes. Sentados a espera do transporte que nos levaria a bordo do Pérola Negra, uma escuna de 25 metros, que fazia jús a seu nome, não escondíamos nossa decepção e ansiedade pelo destino breve. A partida, a separação.
Embarcamos no Pérola e ficamos deslumbrados com aquele imenso mar verde a nossa volta. O barco partiu ruidosamente e nossa presença misturava-se aquele mundo salgado. Seu sorriso emoldurado ainda guardado em minha memória era tudo que importava naquele instante. Nossas mãos tocavam-se num ritual de carinho único. Meus olhos estavam dentro dos teus, eu podia ver tudo que estava acontecendo com tua e nossas almas. A vontade de beijar-te era constante, e assim, roubava alguns carinhos de tua boca sob olhares curiosos. O Pérola avançava em direção ao pôr do sol, enquanto o brilho de nossos olhos iluminava o início da noite que se anunciava, e nos esperava.
Um vento frio agora passava por nós e nos convidava a um abraço gostoso. Minha mão tocava sua cintura e aos poucos nossos desejos encontravam seu porto seguro. O Pérola devagar voltava ao seu destino manobrando cuidadosamente no fundeio. As luzes já estavam todas postas, enquanto caminhávamos em direção a terra firme. As horas continuavam sua marcha irreversível, nós a acompanhávamos de coração pequeno, apertadinhos, um sofrimento partilhado a dois. Sabíamos que cada momento, cada instante, cada segundo seria sagrado pra nós. Era preciso vivê-los intensamente, com carinho e amor. Era exatamente isso que iríamos fazer de nossa última noite! Nos olhamos e entre sorrisos selamos com um beijo tudo que nos aguardava até o nosso amanhecer...
A tarde caía preguiçosamente naquela sexta-feira. O caminho para a praia já estava marcado. No íntimo, pressentíamos que nossas horas esgotavam-se ininterruptamente. A sensação era de um desespero velado. Sabe aquele friozinho gelado que assola o estômago! Sentíamos em toda sua plenitude. Assim caminhávamos pelo imenso calçadão semi-deserto, povoado pelo vento do mar. Ao longe uma visão magnífica, embarcações adormecidas descansavam sobre as águas abrigadas da enseada, esperavam pacientemente por seus intrépitos tripulantes. Sentados a espera do transporte que nos levaria a bordo do Pérola Negra, uma escuna de 25 metros, que fazia jús a seu nome, não escondíamos nossa decepção e ansiedade pelo destino breve. A partida, a separação.
Embarcamos no Pérola e ficamos deslumbrados com aquele imenso mar verde a nossa volta. O barco partiu ruidosamente e nossa presença misturava-se aquele mundo salgado. Seu sorriso emoldurado ainda guardado em minha memória era tudo que importava naquele instante. Nossas mãos tocavam-se num ritual de carinho único. Meus olhos estavam dentro dos teus, eu podia ver tudo que estava acontecendo com tua e nossas almas. A vontade de beijar-te era constante, e assim, roubava alguns carinhos de tua boca sob olhares curiosos. O Pérola avançava em direção ao pôr do sol, enquanto o brilho de nossos olhos iluminava o início da noite que se anunciava, e nos esperava.
Um vento frio agora passava por nós e nos convidava a um abraço gostoso. Minha mão tocava sua cintura e aos poucos nossos desejos encontravam seu porto seguro. O Pérola devagar voltava ao seu destino manobrando cuidadosamente no fundeio. As luzes já estavam todas postas, enquanto caminhávamos em direção a terra firme. As horas continuavam sua marcha irreversível, nós a acompanhávamos de coração pequeno, apertadinhos, um sofrimento partilhado a dois. Sabíamos que cada momento, cada instante, cada segundo seria sagrado pra nós. Era preciso vivê-los intensamente, com carinho e amor. Era exatamente isso que iríamos fazer de nossa última noite! Nos olhamos e entre sorrisos selamos com um beijo tudo que nos aguardava até o nosso amanhecer...