MEU TETO
MEU TETO
A minha casa não tem teto, não tem parede, nem um banco para eu sentar.
Deito ao relento, as paredes de minha casa é o vento, teto é as estrelas, deito olhando para elas e acordo com o som dos passarinhos a cantar.
À noite fico triste em saber que não sou o único que não tem o teto para morar, mas fico feliz em saber que temos coisas que poucos não podem ver, as estrelas sobre as sua cabeças e os passarinhos a cantar.
Outro dia bateu um friozinho, peguei um jornal para me enrolar, demorei a dormir comecei a ler jornal que me enrolava fiquei triste ao ler não sei se eu vivo pior, porque não tenho teto para morar ou aqueles que tem um teto para se cobrir.
O jornal dizia morreu mais um na favela, a polícia matou mais dois já é a tecera chacina do ano, morreram mais quatro.
No jornal não vi falar de nada bonito e nem uma historinha para se ler é só violência de ponta a ponta.
Eu não sei se é pior morar na rua, ou morar em uma casa bonita escondido de trás das grades parecendo um ladrão escondido em sua própria casa.
Eu lhe pergunto: Meu Deus! Aonde nós vamos parar?
Paulo Pereira.
paulo.pereira13@isbt.com.br
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Associação Cultural Literatura no Brasil