AREEIRO PARTE VIII
Logo na saída do Areeiro, existia o pastoril de Luís Guarda, que se tornou famoso pela organização do evento e pelo entretenimento que proporcionava. No palco, sobre um tablado de madeira, eram formados dois cordões de adolescentes muito bonitas: O cordão encarnado comandado pela contramestra e o cordão azul comandado pela mestra, além de uma outra garota no centro representando a Diana, vestindo-se nas duas cores. Todas usavam uma panderola, percussionando as cantigas de pastoril entoadas com bastante vibração.
Meu São José dá-me licença
Para o pastoril dançar
Viemos para adorar
Jesus nasceu para nos salvar
É do meu gosto e de minha opinão
Amar as "duas cores" com prazer no coração
É de amar, as duas cores
Com prazer no coração
Cantiga entoada pela Diana. A representante das duas cores. Quando o cordão azul se apresentava substituía as “duas cores” pelo 'azul', acontecendo o mesmo ao cordão encarnado que substituía as “duas cores” pelo 'encarnado'.
No pastoril também ocorriam as figuras do Velho, a Camponesa e o Anjo. Durante as apresentações eram feitas doações em dinheiro em favor dos partidos ou cordões. Na última apresentação, contava-se o valor final das doações recebidas por cada partido e aquele que durante as jornadas tivesse atingido um valor maior em dinheiro, seria o vitorioso da contenda e a representante principal "coroada".