Da arte de cada um
Um dia, um cego, que ouvia muito bem, conheceu um homem de boa visão, mas teimoso. O cego conhecia muito bem o canto dos pássaros, sabia distinguir o trinado de cada um. Diferenciava-lhes pelo ritmo, pela altura do som, pelo modo e pela harmonia que imprimiam à natureza.
Numa bela tarde, os dois foram ao bosque apreciar os pássaros, que eram muitos naquele dia. O teimoso, com pena do cego, disse:
- Ah! se você pudesse ver a beleza da plumagem desses passarinhos, amigo!
- Ah! meu caro amigo, – retrucou o cego – se você soubesse o que eles estão dizendo!!!