"[A JARDINEIRA]".
Morávamos num vilarejo ribeiro da Barra do rio Pitangui,uns 40 Km.da cidade.
Era uma comunidade de trabalhadores na conservação de um trecho da antiga rodovia do café no Paraná.Como o transporte coletivo naquela época era precário,usava-se como condução uma velha jardineira dos anos 50.Saía do ponto inicial todos os sábados de manhã,bem cedinho.
Quase todos os moradores se locomoviam para a cidade para fazer compras e alguns levavam produtos da região,para barganhar com produtos industrializados.
Bem vamos ao assunto:
Essa jardineira era usada para todos os fins de transporte,como animais, produção agrícola enfim,tudo que se possa imaginar.Numa sexta feira a Dona Sebastiana,esposa do Seu Donatilho ,que era o proprietário da única vendinha que existia por ali,entrou em óbito,e o esposo pegou a condução e foi à cidade para comprar o caixão para sua esposa.
Comprou e amarrou em cima no porta bagagem que tinha no teto pelo lado de fora da jardineira.À tarde na volta ela vinha super lotada não tinha lugar nem onde por um dedo,de tão lotada que estava,era mercadoria sacos e sacos de alimentos enfim não cabia mais nada dentro daquela pequena condução.
E deram partida na viajem,o chofer anunciou..."Lá vamos nós rumo à Barra".No trajeto já num lugar chamado Bocaina,um passageiro deu com a mão e o chofer parou.Com sacrifício abriu a porta e disse...Não cabe mais ninguém aqui se você quiser pode embarcar ai em cima,se segure bem que não tem perigo.E o rapaz concordou,subiu deu uma batidinha no teto e continuaram a viajem.
Em certa altura antes de passar um córrego que se chama,'Passo do Embú'.
Começou à chover fino mas constante, passageiro solitário então para não se molhar entrou no caixão que lhe fazia companhia ali em cima.Acabou dormindo com o barulho da chuva na tampa do caixão.Mais adiante em frente na entrada de uma fazenda chamada de Capão do Meio,estavam à espera da condução três trabalhadores da referida fazenda.
Parou de novo e falou a mesma coisa para eles,só acrescentou... "Façam companhia para aquele que já está lá"!!!
Subiram a escadinha,e olharam o único que lá estava era o caixão amarrado pelas alças.Um olhou para o outro meio desconfiado,e com um certo medo,pois já estava escurecendo.Mas quem dorme a tendencia é acordar é claro.E o rapaz acordou,levantou a tampa do caixão e perguntou meio sonolento.Parou a chuva?
Não obteve resposta nenhuma,só viu os três pularem com a condução andando,no meio da estrada cascalhada e molhada pela fina chuva que caiu...
Morávamos num vilarejo ribeiro da Barra do rio Pitangui,uns 40 Km.da cidade.
Era uma comunidade de trabalhadores na conservação de um trecho da antiga rodovia do café no Paraná.Como o transporte coletivo naquela época era precário,usava-se como condução uma velha jardineira dos anos 50.Saía do ponto inicial todos os sábados de manhã,bem cedinho.
Quase todos os moradores se locomoviam para a cidade para fazer compras e alguns levavam produtos da região,para barganhar com produtos industrializados.
Bem vamos ao assunto:
Essa jardineira era usada para todos os fins de transporte,como animais, produção agrícola enfim,tudo que se possa imaginar.Numa sexta feira a Dona Sebastiana,esposa do Seu Donatilho ,que era o proprietário da única vendinha que existia por ali,entrou em óbito,e o esposo pegou a condução e foi à cidade para comprar o caixão para sua esposa.
Comprou e amarrou em cima no porta bagagem que tinha no teto pelo lado de fora da jardineira.À tarde na volta ela vinha super lotada não tinha lugar nem onde por um dedo,de tão lotada que estava,era mercadoria sacos e sacos de alimentos enfim não cabia mais nada dentro daquela pequena condução.
E deram partida na viajem,o chofer anunciou..."Lá vamos nós rumo à Barra".No trajeto já num lugar chamado Bocaina,um passageiro deu com a mão e o chofer parou.Com sacrifício abriu a porta e disse...Não cabe mais ninguém aqui se você quiser pode embarcar ai em cima,se segure bem que não tem perigo.E o rapaz concordou,subiu deu uma batidinha no teto e continuaram a viajem.
Em certa altura antes de passar um córrego que se chama,'Passo do Embú'.
Começou à chover fino mas constante, passageiro solitário então para não se molhar entrou no caixão que lhe fazia companhia ali em cima.Acabou dormindo com o barulho da chuva na tampa do caixão.Mais adiante em frente na entrada de uma fazenda chamada de Capão do Meio,estavam à espera da condução três trabalhadores da referida fazenda.
Parou de novo e falou a mesma coisa para eles,só acrescentou... "Façam companhia para aquele que já está lá"!!!
Subiram a escadinha,e olharam o único que lá estava era o caixão amarrado pelas alças.Um olhou para o outro meio desconfiado,e com um certo medo,pois já estava escurecendo.Mas quem dorme a tendencia é acordar é claro.E o rapaz acordou,levantou a tampa do caixão e perguntou meio sonolento.Parou a chuva?
Não obteve resposta nenhuma,só viu os três pularem com a condução andando,no meio da estrada cascalhada e molhada pela fina chuva que caiu...