Porque não te mato?
Porque não te mato?
_Porque não te mato? Porque não mato toda vã esperança de ter felicidade ao seu lado?
Tudo fica complicado com você, e meus arco-iris pouco à pouco vão ficando acinzentados. As suas roupas já não cabem mais no meu corpo. Porque tantas mentiras?
Vou despir-me agora. Não aceito esmola em troco de tudo o que sou, e que quero e tudo o que se foi perdido És muito pouco.
_ Devolva minhas borboletas! Abra as gavetas e deixe escapulir os vaga-lumes, quero segui-los, à luz deles repoduzo minha sombra e só então consigo perceber-me. Tenho pressa em socorrer meus sonhos, preciso de um tansporte mas forte que meu coração , ele anda fraco, sem compasso, já gastei minha munição e parece que eles não resistirão à mais uma das suas vaidades, a mais uma noite em solidão.
Não sei porque não te mato! Já afiei tantas vezes a faca pra cortar nossos cordões e parece que magicamente se refazem, mesmo a contra gosto, o seu contra golpe vem mais forte e me sacode, abala minhas estruturas. Burra! Burra imagem de amor que tenho, que subtrai minha essência, me anula, me amputa as asas, e já não posso ser o que sou. Isso, esse bicho amendrontado não sou eu, esse ser encurralado não sou eu... só agora vejo, você me matou e eu não percebi, porque ainda passava perfume pra te impressionar.
Cristhina Rangel.