A escolha

Ruídos em um buraco,

Mais parece um grito de dor,

Talvez seja um sinal de vida,

Nos rostos da multidão a expressão do horror,

Ele ainda vive, ainda respira enquanto é retirado,

Um sorriso de alivio em seu rosto,

É difícil dizer o que a loucura lhe causou,

De vagava sozinho no horror

E sua voz ele tanto escutou,

Falava de um mundo de amor,

É difícil dizer se vai viver,

O mundo passa por seus olhos,

Logo o sorriso passa a uma expressão sisuda,

O mundo entre seus olhos,

O mundo mudou rápido

Ou ele mudou?

Talvez ele tenha visto muito,

Talvez ele saiba demais,

Agora ele sabe que a anestesia do homem

É sua própria ignorância,

Ele não é um homem mais,

Ficou muito tempo no buraco,

Agora a sua volta ele só vê estranhos,

Existe ainda esperança?

Ele precisa escolher

Ou lembrar ou esquecer tudo que ele viu,

Esquecer ou viver com o que ele sabe,

Mas ele não pensa,

Ele não é o salvador,

Algumas pessoas enxergam e outras não,

Algumas sentem e outras preferem não sentir,

Talvez não estejam erradas, seria lei da vida?

O sorriso volta ao seu rosto,

Enquanto observa o azul do céu,

O mundo não mudou,

O mundo nunca muda agora ele sabe,

A maior parte do tempo era tudo vazio,

Mas ele se trancou ali naquele buraco profundo,

Ele esqueceu a ligação de tudo,

Nem todos estão dispostos a compartilhar,

Nem todos estão dispostos a saber,

Nada mudou,

Ele percebeu que não tinha escolha,

Vida cruel, vida insana,

Nós ainda não acabamos!