Arroz, feijão e quiabo

Elvira criara o filho, João Antonio, para ser um exemplo. Enquanto a criança brincava no quintal, sonhava com o jovem estudioso que antevia em suas orações. Quem sabe em tempo vindouro, não tenhamos um médico ou engenheiro, pensava à imagem de Nossa Senhora de Aparecida. Católica fervorosa pedia com fé pelo futuro do seu menino. Seu único filho era a sua razão de viver. Tivera uma criação aos moldes da família tradicional brasileira que trazia muito da cultura italiana de seus ancestrais. Nada soube da vida além do trabalho que aos primeiros anos consistia nos domésticos, necessários à formação da esposa que viria a ser no futuro. Depois, na juventude, na indústria a completar a renda familiar. Até que se casou com Alberto, um homem íntegro com quem viveu até a sua morte. Do casamento, uma vida estável, sem dificuldades financeiras e o afeto de um marido carinhoso e bom. Da união das famílias, um convívio tolerável ante a arrogância das cunhadas, que casadas com os irmãos do marido, ostentavam a boa vida e o nariz empinado. O pequeno desconforto que causava a pose delas era compensado pelo respeito que lhe prestava a sociedade, pelo prestígio da família do consorte. O amor era morno como convinha à maioria dos casais de antigamente. Noites ardentes a incutir um vício carnal e ansiar pela repetição, jamais. Acontece que ele, também fora criado para querer apenas um amor de obrigação de mulher. Amores rasgados, despudorados e quentes cabiam às mulheres de vida fácil. Os amigos mais íntimos, dados a essas aventuras, todo fim de mês ao dia do pagamento chamavam-no a conhecer tais delícias na zona do meretrício. Alberto jamais aceitara participar com eles. Ela também jamais ousara ceder-lhe carinhos obscenos. Seu coração contrito os chamaria imorais.

João Antonio, em dado momento, por insistência da mãe que praticamente o levou pelas mãos, foi coroinha da igreja do bairro, o que lhe garantiu por direito, a alcunha de João sacristão. Participava das missas aos domingos auxiliando o padre junto aos outros meninos. Fora dali, aprontava as suas peraltices que levadas em conta, aos olhos alheios, era um menino levado. Elvira batia de cinta, deixava de castigo toda vez que um vizinho lhe trazia reclamação. Ao final de cada dia, porém, beijava-lhe o rosto e dava-lhe a benção antes de dormir. Dizia consigo:

--- Isso é coisa de criança. Quem nesse mundo, com essa idade, não fazia o que ele faz?

Suas artes vistas por olhos neutros, não eram exatamente inocentes. Havia sempre oculta, uma boa dose de maldade em cada uma delas. Certa vez, planejou uma armadilha com um balde cheio de água suspenso numa trave estreita e equilibrado por um cordão amarrado ao trinco da porta. A idéia era entornar o conteúdo do balde sobre a cabeça de quem abrisse a porta. Sabia que Edílson, o filho mais novo do vizinho de frente, viria àquela hora como era de costume. Dito e feito. O garoto entrou correndo a abrir a porta chamando:

-- João! João! E, de repente; maldade. A água toda do recipiente caiu sobre o menino que envergonhado, saiu correndo com a roupa em sopa e com cara de choro enquanto que João sacristão, maquiavélico, rolava no chão de tanto rir.

Alberto chegava todo dia às onze e meia para o almoço. Um dia como em tantos, mantida a pontualidade, porém, chegou com ar preocupado a destoar do costume. No bolso, umas contas a pagar, uns rabiscos de futuros e promissores negócios, três entradas para o circo. No rosto, um siso de reprovação que trazia moldado pelo telefonema de Elvira. Nele, a mulher lhe falou do bilhete de agravo de um professor do João. Na mesa, arroz, feijão e refogado de quiabo com carne moída. João adorava esse prato, Alberto era indiferente àquele que comia sem desdém, desde que estivesse bem temperado e feito no dia. Para Elvira, tanto fazia, desde que o filho comesse de gosto. Depois do almoço, ralhou com o menino mostrando indignação. Falou sobre os sobrinhos da mesma idade e o orgulho que davam aos pais. Isso já houvera acontecido antes, mas naquele dia, algo diferente aconteceu. João sacristão, embora arteiro e desobediente, não era rebelde, nem agressivo. Não até aquele momento quando deu a mostrar que dormia na alma os traços de um pequeno demônio, que doravante, faria despertar:

--- Pro inferno, esses primos! São todos uns bostas. Só fazem por parecerem bons, mas no fundo, são uns falsos que riem quando sabem que vocês me põem de castigo.

--- Cala-te, besta. Bradou sério Alberto, chamando-o ao costume da família de portugueses de quem descendia.

--- Comam vocês, eu vou para o meu quarto. Gritou exasperado, largou o prato à mesa e saiu a passos barulhentos.

Elvira pasmou na rebeldia agressiva do seu menino. Não reconhecia o filho na atitude daquele momento. Não era a sua criança aquele ser que espumando de raiva, saia da mesa a pisar alto, para se isolar no quarto.

--- O que está acontecendo? Onde erramos? Falava ao marido sem sequer imaginar que o pior estava por vir.

--- Ou ele se corrige, ou, vai ver com quantos paus se faz uma canoa. Retrucou à esposa dando a entender que ali, quem mandava era ele. Mal sabia com quem, no futuro, iria lidar. As entradas que havia comprado para o espetáculo de circo jogou-as ao lixo, penalizando por tabela, ele próprio e a esposa.

João sacristão, tão logo encerrou o primário, fez o exame de admissão ao ginásio e entrou. Era da idade de onze anos, em média com os meninos que à época, entravam para o ginásio. Isso foi lá em 1969, ano em que vigorava a Lei de Diretrizes e Bases de 1961. A ditadura militar no Brasil corria sob a batuta do AI-5, fato que no interior de São Paulo pouco alterava a vida das pessoas comuns. Excetuando particularidades no ensino de história contemporânea do Brasil em que os professores, se não mentiam, ao menos omitiam fatos com medo de repressões, em muito pouco mudava a vida dos estudantes naquele grau escolar. A disciplina escolar com suas regras e normas de conduta reportava-se mais aos rigores da época do que aos mandos do regime. O rebento de Elvira, então de calças compridas, ensaiava uns modos de adulto. Não do adulto que ela sonhara respeitoso e cumpridor dos seus deveres, mas, do arrogante, com a empáfia dos senhores de si. Fala agressiva desde o tom de voz até o volume com que municiava de balas sua língua de moleque insuportável. Foi bem até a segunda série, porquanto, Alberto e Elvira ainda lhe tinham certo domínio, mas, reprovou na terceira por excesso de faltas. Os amigos de vadiagem o viam mais que os professores. Era mais freqüente à piscina do clube que às salas de aula. Não tinha mais medo dos pais.

--- Não vai conosco ao sítio do tio Benjamim neste final de ano – esbravejou o pai ante a notícia da reprovação.

--- Dane-se! Quem é que quer ir? Todo ano é sempre a mesma coisa. Os velhos hipócritas sentados à mesa na hora do almoço e os pirralhos com cara de cagados a espera da ordem de comer.

--- Pelo amor de Deus, não fala assim com seu pai – retrucou Elvira, estupefata com o desrespeito e com as palavras chulas e ofensivas com que João Antonio, respondeu às palavras do pai.

--- Falo! E daí? Não mandam na minha boca! Ainda respondeu o rapaz.

Se na rua, tratava os convivas com tolerância, em casa atirava um caminhão de tijolos se lhe contrariavam. Não tinha mais respeito pelos pais.

O pranto irrompia silencioso na solidão de quem não tinha com quem dividir sua dor. Se por um lado, ambos sofriam pela mesma causa cada um tinha seu motivo a lamentar o infortúnio. Alberto, com sua rudez de homem via aos poucos dissolver o herdeiro, recrudescer a vergonha, desvanecer a honra. Elvira chorava pelo coração de manteiga, com requintes de mãe e mansidão de mulher. Uma lágrima descia pelo seu rosto e já tinha uma mentira pronta caso alguém chegasse de repente, e a surpreendesse assim a lacrimejar: diria que fosse o vapor que subia das panelas que estavam ao fogo. Cozinhava feijão, arroz, e quiabo. Fazia algum tempo que não preparava o prato preferido do seu menino.

Não havia mais desculpas que pudessem inventar para remediar a situação. Os parentes, notando a inversão de mando, cobravam-lhes atitudes. Ao que eles diziam:

--- Isso é só uma fase. João está passando por um momento que é comum a um jovem nessa idade. Haverá tempo em que tudo isso vai passar e ele há de voltar a ser aquele menino bom que todos nos conhecemos.

Sabiam, porém, que não era assim. Havia algo de ruim em sua personalidade. Tinha João, no fundo, a índole dos que eram cruéis. Daqueles insensíveis à dor e ao sofrimento alheios.

Houve um fato nessa história, porém, que não pode ser omitido. Ao longo da história da humanidade, sempre houve casos de mudanças radicais que determinadas mulheres impuseram aos homens por conta do amor, transformando-os dos mais hereges radicais nos mais qualificados santos masculinos. Revertendo-os dos mais tenebrosos assassinos, aos mais dóceis guardiões da paz. O contrário, pelo bem que se diga, também é verdadeiro. Por amor não correspondido, muitos homens dignos de respeito, foram reduzidos a verdadeiros farrapos. João sacristão, também poderia ser reconduzido ao bom caminho. Talvez o termo correto fosse levado a conhecer, e não reconduzido, se acaso Helena, um súbito amor, correspondesse ao seu sentimento. Foi à tarde no verão de 1973, quando resolveu se declarar, que se deu a frustração de levar um fora; não um fora qualquer, mas da mulher que supunha ser, a mulher da sua vida. Era uma jovem linda. Tão delicada e meiga que só uma mudança milagrosa, do tipo que transforma água em vinho, tornaria possível a João, ser seu par. Não que o jovem não fosse bonito, ou pouco inteligente. Era muito bem apessoado, sabia se expressar com razoável desenvoltura e era capaz de realizar coisas que requeriam habilidades especiais. É que o contraste entre o jeito irônico que desenvolvera e os modos delicados da moça, era maior do que o que havia entre a noite e o dia. E, ela, isso bem o sabia, tanto que o medo da brutal diferença apagava qualquer impulso de olhar para o moço a procurar por uma chance. Não quis o seu amor. Falou com delicadeza, porém, sem deixar uma ponta de esperança, uma vez que não vacilou. João sacristão, caiu do alto da ponte. Parou de estudar e não voltou à terceira série que havia de repetir. Conheceu aos quinze a maconha, trocou de más companhias, substituindo as de vadiagem pelas que tinham o vício em comum. Destratou de vez os bons amigos que tinha do tempo de primeira infância. Esses agora eram uns caretas e a julgar seus atos, lhe bastava os pais.

Alberto desesperou-se ao ver o filho tão mudado. Se a puberdade o transformara em grosso e rebelde, o vício da maconha o refizera agressivo, beirando a violento. Elvira, aos poucos perdia as esperanças e a confiança no poder do marido ao ver o jovem desdenhar da sua autoridade. Implorava-lhe que encontrasse um jeito de salvar o seu menino. O seu João. João Antônio. João sacristão.

O bom homem, na aurora de um dia, de cuja noite, recebeu de prêmio a insônia, pariu da tempestade emocional, uma idéia que vinda à luz, parecia ser a solução ideal. Venderia o seu negócio, seus terrenos comprados com muito trabalho e economia, e se mudaria para outra cidade. Procuraria por um lugar onde ninguém os conhecia. E seu filho afastado das más companhias, não teria com quem compartilhar seu vício, largando-o de vez para voltar a ser o João original. Se não uma dócil criatura, que na verdade nunca fora, ao menos alguém, subtraído do tempo perdido, capaz de construir seu próprio destino.

Alberto estudava a proposta de compra de um sítio na região de São José do Rio Preto. Estava feliz da vida porque assim, cumpriria ao mesmo tempo, dois compromissos: o do pai e o do homem que tinha por vocação o trabalho da terra e que só não levara a cabo porque a mulher declarara-lhe aos primeiros dias de núpcias, que não trocaria por nada, a vida na cidade. João sacristão até gostou da idéia. Desde a infância nutria um carinho para o trabalho do campo igual ao pai. Na verdade, inspirava-se mais em Benjamim, seu tio, que assim ganhava e vivia a vida, indiferente ao gosto da mulher. Elvira ficou triste. Por dizer, até desgostosa da idéia de deixar sua cidade e se afundar no mato. Foi. Assim como iria até ao fim do mundo se fosse um jeito de ter seu menino de volta.

A família partia menos de um mês depois. Trocava a cidade pelo campo, relegava os costumes, se apartava dos amigos e separava-se dos outros membros que viviam próximos. O pai rejubilou-se. Era o desejo incontido da sua alma rural atendido. Era a imagem do filho, novamente entre eles. Esse, por sua vez, remiu-se do compromisso com os estudos. Convenceu o pai de que lhe era mais útil no sítio. A mãe aquiesceu, simplesmente.

Foram três semanas de um quase paraíso, a vida no sítio. Pai e filho no trator a arar a terra, ordenhar as vacas e por à mesa a sobra do leite que ia à cidade como produto a ser vendido. Parecia que, enfim, chegara a vida tanto esperada na nova Terra pós apocalipse. Só parecia porque naquela, não haveria espaço para lágrimas. E Elvira chorava quando a tarde caia e o crepúsculo lhe trazia à mente as imagens da vida de antes. O portão da casa a um passo do trânsito. O supermercado tão próximo que dava para esquecer-se de comprar alguma coisa e voltar sem reclamar da distância. Outras histórias: as dos Natais na mesa cheia de família, a despeito dos narizes empinados. As das reuniões sociais com suas roupas compradas a guisa de um quase protocolo. O cumprimento respeitoso dos conhecidos passando ao portão enquanto esperava por Alberto que vinha do trabalho. Definitivamente, não havia nascido para a vida no campo.

Ao cabo de vinte e um dias, num dia de sábado, anunciou-se um baile num povoado próximo. João sacristão, que só trabalhava desde que mudou para o sítio, decidiu ir e se divertir um pouco. Os pais anuíram. Tomou banho caprichado, perfumou-se, vestiu a melhor roupa e sorriu ao espelho se achando bonito. Pegou o carro emprestado do pai e saiu todo contente para o baile. Sob os olhares entre felizes e preocupados de Alberto e de Elvira que ainda não tinham total confiança em seu juízo, saiu esperançoso de vida. Cheio de juventude.

O mal não tem região preferida. Está em todo lugar, não se esconde, aliás, procura o seu semelhante. Aconteceu que João que houvera dançado bastante aquela noite, conversado e feito amizade com uma moça do povoado, pediu licença a ela e resolveu sair um pouco do salão para fumar cigarro. Um grupo de quatro rapazes ao fundo do corredor, sorriam um sorriso desleixado e desdenhoso, velho conhecido do sacristão. Olhos vermelhos, parados, fumaça em volta e um jeito de quem não está nem aí com o que ia à noite, no salão, no baile. Olharam para João que olhava para eles. Era muito atraente a cena para ser ignorada. Magnetita. Sintonia perfeita. Freqüência por demais semelhante. Atraia mais que a gravidade, tinha mais poder que o carinho, que a moça no salão, que a lembrança dos pais no sítio, que o trator, que o curral, que o almoço feito na hora; com arroz, feijão e quiabo. Afinal, eles não iriam saber. Fumaria um baseado, depois voltaria para o salão para dançar com a moça até raiar o dia. Levaria ela para casa, era tão bonita. Porque não fazer de novo só mais aquela vez? Amanhã tudo voltaria ao normal. Queria namorar a moça. Esquecera Helena. Parecia tão meiga e delicada quanto. Seria uma despedida que ele não teve na velha cidade de onde saíra. Ela haveria de esperar só mais um pouco. Não houve chamado. Sequer palavras foram ditas. Não sabiam seu nome, nem ele os deles, porém, como velhos conhecidos estavam juntos, de repente. Naquele momento, para o resto daquela noite, eram cinco. Fumaram maconha, cheiraram cocaína, em que João foi iniciado, até perder os sentidos e acordar por perto do meio dia sozinho, debaixo da árvore em frente ao salão. No bolso, nenhum dinheiro. A cabeça rodava e uma fome que não respeitava, impeliu-o a buscar o carro. Por sorte não havia perdido as chaves. Rumou para casa, não arrependido, mas bastante alterado. Quando chegou, notou o olhar repreensivo dos pais que rezavam desde que o dia amanhecera sem que ele voltasse. Bastou olhar para seus olhos e Elvira compreendeu o que havia acontecido. O seu menino recaíra. Alberto entendendo o desespero da mulher segurou com decisão o braço do filho e chamou-o de moleque no que foi empurrado com tanta força que quase foi ao chão. Aquele momento marcava o inicio do novo João sacristão. O que se entregaria totalmente ao vício, que roubaria, mataria se preciso fosse. Desrespeitaria aos pais a ponto de agredi-los fisicamente, a ponto de humilhá-los, deixá-los sem propriedade dissolvendo as suas posses que correriam para as mãos dos advogados.

O fim da história não chegou antes de um assalto à mão armada, de suas prisões, uma de curta duração com cerca de três meses, outra de longo tempo com mais de dois anos de reclusão, duas ameaças de morte por traficantes. Uma noite, já com a família morando de favor na casa de parentes, João vomitou pedaço de estômago com muito sangue. Alberto, já naqueles dias, não andava a falar coisa com coisa. Mesmo assim, achou lucidez para chamar a ambulância que levou seu filho para o hospital onde morreu duas horas depois. A causa da morte foi atribuída à falência dos órgãos vitais em decorrência da síndrome da imunodeficiência adquirida. Elvira chorou como criança ao ver o filho amado no caixão. Estava livre para sempre da humilhação a que fora submetida nos últimos tempos, mas, pensava frustrada que não tinha sido boa mãe. O seu João Antonio, não fora o homem digno que ela sempre sonhara. Voltou para casa, depois do enterro com as pernas pesadas. As costas doíam a dor da idade. A alma ficara rasgada a não permitir remendo, mesmo porque não haveria tempo. Não haveria jeito, muito menos motivo. Em casa, o fogão não carecia ser aceso. A fome não movia sequer a vontade de cozinhar. Na dispensa, arroz, feijão e a última porção de quiabo, já murcha de esperar em vão na geladeira. Ao seu lado, o velho companheiro, tinha os olhos cada vez mais para o chão. O sorriso lhe fora minado junto com os bens conquistados com muito suor e trabalho. Morreu um ano depois, de tristeza. Ainda deixou uma bela pensão, que ela, talhada pela vida dura dos últimos tempos não soube aproveitar. Alimentava-se mal, vestia-se com farrapos, vivia uma vida de autoflagelo. Receava que um dia fosse faltar dinheiro e regulava cada centavo ao feitio dos avarentos. Como se a vida fosse eterna.

Rossan
Enviado por Rossan em 24/01/2012
Reeditado em 25/01/2024
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