O PADRE E A JOVEM ESTUDANTE

Uma pequena cidade do nordeste do Brasil foi cenário desta história de uma paixão ardente e não correspondida de uma jovem estudante por um padre recém-formado. Na teoria ele já previa que iria se deparar, mais cedo ou mais tarde, com este tipo de provocação e abordagem com outras finalidades, onde a sua vocação seria testada, exiginda prova de fimeza de caráter e obediência aos desígnios Divinos. Só que, jamais imaginara que isso fosse acontecer assim tão rápido.

Logo que foi ordenado sacerdote, o Padre Donizete, com apens 25 anos, foi encaminhado para ser coadjutor do vigário de uma cidade de apenas dez mil habitantes no sul do Piauí. Bem-apessoado, diga-se de passagem, imediatamente chamou a atenção do povo daquela pequena cidade, em primeiro lugar das jovens. Por este motivo, sem dúvida, logo começaram a lotar a igreja no horário da missa celebrada por ele. E, consequentemente, de maneira acintosa, começaram a abordá-lo querendo saber algo mais da sua vida. Esse burburinho de jovens na casa paroquial ou na igreja, logo chamou a atenção do povo, principalmente do Pe. Otávio, o vigário responsável por aquela paróquia. Inclusive, logo resolveu cortar o mal pela raiz. Em conversas sigilosas, procurou logo orientar o seu coadjutor sobre o perigo daquele assédio feminino. Ao que ele logo respondeu:

-"Pode ficar tranquilo, Pe. Otávio, não vou me entregar às tentações da carne assim tão facilmente. Sei me esquivar".

Mas o tempo foi passando e os comentários maldosos foram se proliferando tal qual um rastilho de pólvora. Mas ele não estava ligando para isso. Achava tudo muito muito bonito e saudável enquanto estivesse naquele burburinho, naquelas conversas alegres e animadas com os jovens. O fervor da sua vocação estava a mil e nada parecia abalá-lo. Que maravilha! Só que, quando o Pe.Donizete menos esperava, eis que uma jovem começou a se destacar nas abordagens mais insinuantes e provocativas, chegando colocar a sua masculinidade em jogo. Com diretas e indiretas fazia de tudo para provocá-lo para ver até onde ele aguentaria. Educadamente, ele sempre se esquivava e mudava de assunto, quando o mesmo estava diretamente relacionado a sexo. A tal jovem estudante, inclusive, começou a frequentar assiduamente à igreja, coisa que jamais fazia e parecia carne e unha, pois onde aquele jovem padre se encontrava, lá ela estava, querendo chamar a sua atenção para coisas vulgares até.

Alertado mais uma vez pelo vigário, o Pe. Donizete chegou à conclusão que a sua reputação estava se denegrindo. Os comentários caluniosos estavam extrapolando o recinto daquela cidade. Por este motivo, o Pe. Otávio, numa de sua homilías, pedia às jovens, de um modo geral, mais respeito e compreensão para com o novo padre, pois aquilo já estava se assemelhando um assédio sexual. Mas como isso nada adiantou, o próprio Pe. Donizete resolveu tomar uma atitude extrema: resolveu se ausentar sem nada avisar a ninguém, deixando inclusive o vigário muito preocupado. Mas logo este ficou sabendo que o "Padre desaparecido" estava na sua cidade natal, passando alguns dias, até que a poeira abaixasse. Ledo engano. Pois onde ele fosse iria sempre encontrar este desafio pela frente. E teria que enfrentá-lo. Pois fugir não iria adiantar nada. E foi assim que o Bispo da Diocese, ao tomar conhecimento deste fato, chamou a atenção do Pe. Donizete e a partir daquela data, nomeou-o vigário de outra paróquia. E nesta ocasião lhe pediu que procurasse assimilar o pensamento do escritor Machado de Assis que disse: "Não é na terra que se fazem os marinheiros, porém no mar, enfrentando as tempestades!"

Se ele assimilou ou não, só Deus sabe!

JOBOSCAN

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Enviado por JOBOSCAN em 20/01/2012
Código do texto: T3451862