O Rato
Meio dia e meia, dona Maria precisava do tempero para condimentar os alimentos, antes do senhor da casa, pai Afonso chegar para almoçar, como seu sogro Alfredo. Quando providencialmente chegou o filho Arthur, que havia trazido da escola suas irmãzinhas Marília, Marina e Maira.E a mãe mais que depressa pediu carinhosamente ao filho:
- Arthur vá ao supermercado comprar cheiro verde, sal, tomate, coloral e um copinho de Arisco, para eu terminar de fazer o almoço.
Arthur como sempre gentil lhe devolveu a resposta com entusiasmo:
- Ah mãe!Por que a senhora não manda a Iza ou a Luane que ainda estão dormindo.
- Olha seu moleque pegue o carro e vá lá antes que eu te arrebente todinho.
Arthur, mais do que depressa pegou o carro e se foi.
Quando chegou em frente ao supermercado com suas irmãzinhas, que fizeram o escarcéu para irem com o irmão. Arthur, bem devagar foi estacionando até ficar bem no centro. Diante daquela exuberância de supermercado, o famoso “ARARA CENTER” recém inaugurando, com várias cores, vários ambientes e todo em vidro. O que há de mais moderno na engenharia de harmonizar a natureza com o concreto assim se revestia aquela arquitetura, uma feitura, que com a sua beleza, no centro da capital atrairá vários turistas e curiosos.
Abriu a porta, deixou sair suas irmãs e sem muito esperar. Tanto que ficou boquiaberto, um rato pulou de dentro do carro, tão apavorado, pois devia ter passado a noite e se esquecido de sair ao amanhecer do dia, que ganhou em disparada rumo ao supermercado fazendo todos que estavam dentro enlouquecerem num pânico jamais visto.
Era gente correndo e se chocando com outras pessoas, gente caindo por cima dos tabuleiros, gente saindo sem pagar...Gente gritando que o mundo estava acabando, gente dizendo que o supermercado estava caindo, gente no banheiro.Policia, o jornal, bombeiro, ambulância e outras entidades foram chamadas para conter a fúria, o medo, o pavor do povo.Nesse meio fuzuê houve gente que foi atropelada por não olhar ao atravessar a rua embalada pelo susto.
Arthur não sabia se ria ou se chorava. E quando o jornal chegou para levar a noticia ao ar, ninguém sabia explicar o pânico. Uns diziam que o prédio estava ruindo, outros que a terra estava tremendo outros que uma onça entrara no supermercado e o pobre gerente nem sabia o que dizer.E quem disse que um rato entrara no supermercado pela porta principal ficou desacreditado, dado os estragos feitos no supermercado,que teve que fechar para reparar os prejuízos oriundos de tanta confusão.Enquanto isso rindo a toa, em casa Arthur acabara comprando o que a mãe queria na taberna do seu Zé.