Caffe Bordeaux - Parte 2
Depois de jantar, fui rapidamente tomar um banho. Fiquei pensando no que eu ia ver por lá: um monte de tiozinhos bebendo whisky, com um monte de putas de 20 e poucos anos a tiracolo. As putas tudo bem, até vai, mas um monte de tiozinhos bebendo whisky e conversando sobre política e negócios, é muito chato.
Saí do banho, e fui escolher uma roupa qualquer, roupas de um piá de 18 anos. Uma camisa bem passada, bem bonita, e uma calça jeans. Perfeito. Mas antes de vestir, passei um Azzaro. Não queria estar suando e cheirando a defunto. Depois de vestido, fui pra sala esperar o meu pai, enquanto assistia Smallville na Warner. Uns 20 minutos depois, meu pai estava pronto.
- Vamos, filho...
- Vamos... – disse, ainda com aquela cara de bunda.
No caminho, via uma Curitiba que começava a se preparar para mais uma noite. Pessoas indo para os shoppings, barzinhos, restaurantes, casas noturnas, boates dançantes... Pessoas que iam de um lado para o outro, buscando diversão, alegria. Pessoas que iam assistir um filme, conversar com os seus amigos, contar o que anda acontecendo. Pessoas que iam escutar um som, buscar azaração, encontrar alguém, beijar... Muitas pessoas também estão descendo para a praia, buscando as mesmas coisas, procurando um ar mais fresco e um clima melhor, ao brilho da lua cheia, seja em Caiobá, Matinhos, Pontal ou quem sabe Itapema, Bombinhas, Camboríu, Itajaí ou as praias de Floripa, sempre procurando a mesma coisa que é procurada em todo o verão, em qualquer lugar do planeta quando se está no verão, que é a diversão.
Já eu... eu ia procurar o inverso disso. Ia para o claustro de um prostíbulo de luxo, que apesar das putas, cheirava a charuto cubano e a scotch, e tinha um monte de velhos broxas endinheirados que só tem prazer com mulheres na flor da idade. Enfim, isso era tudo o que eu queria evitar.
Chegamos no Caffe Bordeaux ás dez da noite. Por incrível que pareça, o ambiente era aconchegante, apesar de alguns estarem fumando charutos, o que eu não suporto. Sentei num dos sofás, sozinho, isolado do meu pai e dos amigos dele. Pelo que eu vi, tinha uns dois empresários, pelo que me parece eram executivos da Siemens, com duas loiras, oxigenadas. Uma era siliconada, a outra não. Mas eram igualmente estonteantes, incríveis, corpos de deusas gregas. Olhei fixamente as duas, desviando o olhar sempre que me suspeitassem. Uma delas parecia a Jenna Jameson. Loira, peituda e puta. Loiras simplesmente não me atraem, mas aquelas loiras, com aquele corpo, me atraíam muito.
Uma meia hora depois, uma delas foi para a cama com um dos alemães. Daí fiquei observando a outra. Comecei a fazer uma análise mais profunda. Como será que elas chegaram até aqui, nesse prostíbulo... Devem ter passado por um monte de clubezinhos privês, por algumas porcarias da Cruz Machado, Rua XV, Visconde... Não, Visconde não, aí seria o fundo do poço, lá é muito difícil de encontrar alguma puta boa. Diria impossível. Mas acho que muitas delas devem ter vindo de outros lugares. Região Metropolitana, Londrina, Maringá, Joinville, quem sabe Floripa. Devia ter puta de todos os lugares.
Mas, de repente, alguma coisa me desvia o olhar daquele casal.
Quando eu vi, não acreditei. Era uma morena linda. Fixei o meu olhar nela, no andar dela. Tinha um corpo de deusa. Andava como uma deusa. Tinha o olhar de uma deusa. Fiquei olhando ela por uns dois minutos, até que de repente nossos olhares se cruzaram. Não pude evitar. Dois lindos olhos azuis, profundos, mas que expressavam um certo ar de vivacidade. Ela sorriu. Tinha um belíssimo sorriso, dentes brancos, perfeitos e lábios carnudos, lindos, bem do jeito que eu gosto. Vestia uma blusinha preta, decotada, bem provocante, e uma minissaia que deixava exposta as suas coxas bem torneadas. Simplesmente, uma obra de Deus em todos os sentidos. Eu não estava muito acostumado a ir pra cima, passar uma conversa, eu não era muito disso, só atacava quando era necessário. Mas dessa vez eu tinha que atacar. Era a mulher certa pra isso. Sentei ao lado dela. Ela sorriu, parecia muito feliz.
- Oi, tudo bem...
- Tudo, e você...
- Também!
- Qual é o teu nome – disse ela, que tinha um sotaque que não era paranaense, parecia muito com o sotaque catarinense, sem arranhar os erres e os esses.
- Meu nome é Penélope, e o teu...
- Rodrigo...
- Rodrigo... Que tal a gente ir um pouco lá pra cima, aproveitar um pouco o clima...
- É claro, minha gata...
Eu não esperava que ela atacasse primeiro. E isso é comum das putas, mas eu não estava acostumado a isso. Nos beijamos docemente e fomos para um dos quartos. Durante o caminho, senti o cheiro forte de seu perfume a me enlaçar, a me envolver fortemente contra ela, para o corpo dela. E olha que a noite só estava começando. Antes dela começar, ela perguntou que música que eu queria ouvir. Ela estava tão linda, mas tão linda, que eu pedi pra colocar bossa nova, porque ela era especial. Ela gostou da opção, tão incomum para um garoto de 18 anos. Assim ela percebeu que a transa teria um clima diferente das outras. Depois de colocado o CD, ela começou a tirar de leve a blusinha, eu deitei e nos começamos a beijar. Penélope beijava muito bem, nada de voluptuosidade. Tudo respeitando o corpo de cada um.
Os lábios dela tinham um sabor rascante, forte, envolvente, a ponto de me deixar louco por ela. Era limão. Os cabelos estavam bem limpos, sedosos, pareciam coisa de outro mundo. Ela foi tirando a blusa e revelou os seus belos peitos, que pareciam silicone. Comecei a saborea-los, e senti que não era silicone. Eram peitos de verdade mesmo. Peitos consideravelmente grandes em relação ao tamanho dela, já que ela usava um tamanco com salto pequeno. Penélope começou a dar arquejos, não aqueles arquejos de puta, mas sim aqueles arquejos de uma mulher normal, que transa com o namorado. Depois, tirei a sua minissaia e, surpreendentemente ela estava sem calcinha. Comecei a saborea-la. Eu estava sentindo que aquela mulher era mesmo especial. Um rosto angelical, puro, nem parecia uma prostituta. Cabelos lindos, pretos, lisos. Olhos azuis, profundos, de quem sofreu e sofre na vida. E um corpo envolvente, que faz o coração derreter, o corpo pegar fogo e eleva os sentidos a outra dimensão, a outro mundo.
Simplesmente uma pessoa inigualável. Nós estávamos nos sentindo como num mundo paralelo, no Monte Olimpo, junto dos deuses. Meu corpo ardia em fogo, mas era de amor. Eu penetrei nela docemente, sussurrando palavras e me sentindo uma outra pessoa. Nem com a Marcela eu me sentia assim.
Gozamos juntos, eu e Penélope. Quando eu fui pagar, ela me surpreendeu:
- Rodrigo, nem precisa me pagar. Eu gostei muito de você e essa transa foi tão boa que você nem precisa me pagar...
- Mas, Penélope...
- Rodrigo, dinheiro é o de menos pra mim. O que eu quero é sair daqui logo, com alguém que eu possa amar.
- Tá bom, se é assim.. tudo bem!