UM PIANO AO ENTARDECER
A noite caía murmurante. A canção da pequena cascata incessante, chegava aos ouvidos de Oliver, que ao piano, saldava o ocaso.
O sol, numa luz fraca e equinócia, mostrava que o inverno não tardava a chegar.
A música era plangente e trazia à alma recordações doces de amores vividos e bem aproveitados.
O pensamento de Oliver vagava pela grande janela, que se abria à sua frente, trazendo do jardim os odores outonais.
Os pássaros piavam fracamente, percebendo que os momentos de folguedos antecediam o momento de repouso e descanso.
Oliver pensava em sua amada, que já chegava. O seu amor, plenamente correspondido por Luiza, era coroado por Deus e pelos Anjos. Um amor que todos os homens e mulheres sonham e anseiam para si.
Luiza, ao chegar em casa, houve o som do piano de Oliver. É como se fosse um chamado. Um doce chamado, que ela atende com o seu coração pleno e o seu jovem corpo tomado dos anseios pós-virginais. E segue pelas escadas, pensando em sua vida com Oliver.
Oliver e Luiza se conheceram na empresa em que Luiza trabalha como executiva, e ele como fotógrafo independente, foi apresentar um projeto.
O amor entre os dois surgiu de forma imediata e intensa, como se um fogo devorador os consumisse diante de todos.
No momento do encontro, o chefe de Luiza teve que intervir entre os dois, para que saíssem do mudo interlúdio em que se colocaram, não se importando com o que se passava à sua volta.
Após a reunião profissional, Oliver convidou Luiza para jantar, e o interesse entre os dois cresceu rapidamente.
Luiza, no início, estranhou a rapidez com que gostou de Oliver, pois há muito tempo, não se interessava por homem nenhum. Oliver, por sua vez, disse que não sentiu nenhuma estranheza, pois Luiza era exatamente a mulher que ele sempre sonhou.
Quando Luiza entrou no quarto, Oliver pressentindo sua presença, sorri mansamente, mas não se volta. Espera, ansiosamente, com o coração aos saltos, a mesma cena que acontece todos os dias, desde que se casaram.
E Luiza não o decepciona, caminha de mansinho, cobre-lhe os olhos com as mãos e inicia uma cascata de beijos em sua nuca, enquanto as suas mãos passeiam agradavelmente pelo corpo do amado.
Oliver se volta e corresponde apaixonadamente aos carinhos de Luiza, sabendo que são apenas o início de uma sessão tórrida de amor, que se prolongará no abraço que une os seus corpos, durante um doce cochilo.
Luiza, acorda e percebe que Oliver, ainda adormecido, sorri, preso ainda, em seus doces sonhos. Beija-o até acordá-lo e é recompensada pela sua travessura.
Mais uma noite o jantar será bem mais tarde naquela casa de amor.
Estrela Radiante