A VENDEDORA DE ROSAS VERMELHAS

A ramalheteira passeava um pouco tropega, pelos transeuntes, oferecendo as suas perfumadas rosas vermelhas,quando um insano, propositadamente lhe arrancou o cesto das mãos e debandou-se por entre os passeiros daquela pracinha.Suas ilusões também foram arrancadas,fazendo murchar a realidade de seu sustento naquele dia.Porem,das rosas vendidas,dali sairiam as suas sobrevivências.

Germinou naquele momento, uma ira incontrolável, mas que foi aplacada por aquele Senhor que a conduziu a um banco daquela pracinha.Enxugou-lhes aqueles olhos lacrimejantes ,cheios de ressentimentos,afagou-lhe os cabelos,com pre-sentimentos de uma velha intimidade interior.Algo naquela senhora chamou-lhe atenção.Parecendo algo familiar, e seu coração bateu no compasso do descompasso de suas emoções.

Por sua vez,as mãos daquele senhor eram afagantes para com ela.Um calorígero ate então nunca sentida antes,vinda daquelas mãos acariciantes.

Aquele senhor,introduziu a mão na algibeira de seu casaco,tirou algumas pecúnias, e colocou-as sobre as mãos daquela pobre senhora, que trazia nas rugas de seu rosto, marcas de um tempo dos quais não lhe foram tão salutares e propícios.Passara-lhe agora pela cabeça, lembranças de um passado marcante,quando diante das impossibilidades de criar o seu rebento,foi quase que obrigatoriamente a deixa-lo em uma velha creche de subúrbio, os quais os anos trataram dos vedamentos das vivências entre ambos para o sempre.

Daquele encontro,sem esboçar uma palavra se quer entre os dois,somente um olhar de coloquio,se distanciaram a procura de seus destinos.Aquela sena,transportou aquele senhor para os idos de criança.Um passado um tanto quanto distantes,os quais lhes foram desfavorecidos, impostos quando deixado pela sua progenitora em um velho abrigo de subúrbio.Sabia-se,pelas histórias que lhes chegavam às mãos, que a mesma não tinham os proventos necessários para a sustentação de ambos.

Destinos à parte,foram lhes reservados distintamente.Aquele homem, segundo a sua luta,empenho,sofrimentos e trabalhos diuturnamente, se transformara em um emérito juiz de direito daquela comarca.Um homem de refinado trato,e pai exemplar.Após aquele encontro,com aquela velha senhora,veio-lhe a baila de quando criança,o de ser abandonado pela sua mãe em uma velha creche paupérrima de arrebalde.Mas logo os seus pensamentos dissiparam com o toque de seu passos por aquela alameda verdejantes.

Daquele encontro com certeza para os dois, permaneceriam ali, uma incógnita de algo familiar.Cada um com os seus destinos, seguiram às suas predestinações.Ele, emérito Juiz de direito de renome daquela comarca.Ela,o destino lhe reservara o de ser apenas "A VENDEDORA DE ROSAS VERMELHAS".