ENTREVISTA COM A BANDA “HYPÓCRITAS!”
CONHEÇA A BANDA “HYPÓCRITAS!”, SEUS INTEGRANTES E TODO O UNIVERSO QUE OS CERCA:
A RÁDIO “ANTENA BLUES”,
A REVISTA “ROCKADABRA”,
AS INFLUÊNCIAS MUSICAIS, A POSTURA POLÍTICA E AS PREFERÊNCIAS DOS INTEGRANTES DA BANDA.
A “HYPÓCRITAS!” NÃO É UMA BANDA FICTÍCIA, ELA É A BANDA MAIS REAL QUE VOCÊ JÁ OUVIU. ELA É A BANDA IDEAL!
NESTE NÚMERO (Nº 1) CONHECEREMOS A BANDA, O SEU DISCO DE ESTRÉIA E UM POUCO DA VIDA DOS SEUS INTEGRANTES, POR MEIO DE UMA ENTREVISTA DADA AO REPÓRTER J. C. LADA, DA REVISTA ROCKADABRA E DA RÁDIO ANTENA BLUES.
Advertência:
Este texto, assim como os que a ele se seguirão, é uma brincadeira que pretende passar uma mensagem legal sobre uma possível visão de mundo. As opiniões dos personagens não representam, necessariamente, a opinião do autor. Todos os personagens, lugares e acontecimentos aqui apresentados são fictícios e qualquer semelhança com situações reais não passa de mera coincidência.
(texto publicado originalmente em www.nacionalnet.com.br em 11 de maio de 2007)
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ENTREVISTA COM A BANDA “HYPÓCRITAS!”
Por Paulo Irineu
Eu sou J. C. Lada e hoje vou apresentar uma entrevista com a banda de rock “Hypócritas!”, que é formada pelo guitarrista e vocalista Rick Callado, pelo baixista e também vocalista João Fera e pelo baterista Pedrinho Maréia. A banda se formou há 5 anos. Rick e João se conhecem desde o ensino fundamental e Pedrinho se juntou à banda há 2 anos, quando o primeiro baterista, Bill Ikeda, deixou a banda para servir o exército e não apareceu mais. Além dos três músicos, o produtor da banda, Hélio Sardinha, dá um apoio nos teclados, quando necessário.
A banda já passou por vários estilos: Punk Rock, que é a verdadeira paixão dos caras (todos eles idolatram o Joy Division), Rock Progressivo e Art Rock. No início fizeram cover do Joy Division, The Cure, The Clash, Pink Floyd, Rush, Supertramp, Moody Blues, King Crimson e Coldplay, além dos brasileiros: O Terço, Bacamarte, Mutantes, Legião Urbana e Los Hermanos.
Durante o período em que tocava cover, a banda contava com um tecladista e um músico de metais, mas a grana que eles ganhavam com as apresentações não dava para pagar tanta gente e eles resolveram cortar os dois. Foi neste período que surgiu uma oportunidade de fazer um teste para um selo independente, o “Cubo de Cristal”, que procurava material novo e diferente. Graças a algumas composições experimentais de Callado e Fera, a dupla de compositores da banda, eles conseguiram se dar bem nos testes e assinaram um contrato para a gravação de um CD, com a possibilidade de renovação, se “a coisa decolar”.
E é por isso que a banda está aqui para ser entrevistada, pois o seu CD de estréia, “Nada a Fazer!”, lançado há um mês, chegou à casa das 10.000 unidades vendidas e a agenda de shows para os próximos três meses já está fechada. Esta entrevista será transmitida, ao vivo, pela rádio Antena Blues e será publicada, na íntegra, no próximo número da revista Rockadabra. Então, vamos à entrevista.
J. C. Lada (Revista Rockadabra): Olá pessoal! Existem algumas perguntas clichês, do tipo: Formação musical de cada um dos integrantes da banda, influências e outras neste estilo, que geralmente são feitas como introdução de uma entrevista, mas eu vou deixar que vocês falem disto no decorrer da entrevista e vou começar com a seguinte questão, que foi a mais sugerida pelos ouvintes: Depois de tocarem tantos estilos, como vocês definem o estilo da banda, sobretudo a partir do lançamento do CD de estréia?
Rick Callado (Guitarrista e vocalista): Bem, as letras das canções nós costumamos definir como uma fusão de existencialismo com uma pitada de cinismo e ironia, já que temos uma relativa formação filosófica e foi isso que fez a diferença no teste para o selo “Cubo de Cristal”. Já com relação à “pegada”, nós definimos como uma mistura de Art Rock com um pouco de swing. Nossas músicas não são apenas para a cabeça, mas para o corpo também. Algumas, quer dizer...
João Fera (Baixista e vocalista): Tem também um pouco de erudito. A gente gosta de mesclar as nossas composições com algumas influências dos compositores clássicos como Bach e Beethoven.
Pedrinho Maréia (Baterista): A gente não pode esquecer do Punk, que é a nossa maior influência, mais pela atitude do que pelo som. A capa do nosso CD não é uma capa de Art Rock nem de progressivo, não tem ninguém andando na corda bamba, nem tem uma vaca solitária. A capa é Punk, tem um punho cerrado. Isto é punk p’rá C* (não publicável – não foi possível cortar na transmissão ao vivo). Tem atitude na nossa capa. Que atitude tem numa vaca no pasto? É muito subjetivo e psicodélico. Na verdade, o projeto inicial da capa era uma mão fechada com o maior de todos retesado, mas o pessoal da gravadora vetou, com razão, talvez.
Revista Rockadabra: Você faz alusão à capa do álbum “Atom Heart Mother”, do Pink Floyd, no entanto “uma vaca no pasto” não poderia ser uma quebra de paradigma e, nesse sentido, eles não estariam buscando escapar dos estereótipos que estão relacionados às imagens do “punho fechado” ou do “dedo maior de todos retesado”?
Pedrinho: Gostamos muito do Pink Floyd, é uma de nossas influências, mas penso que o pessoal da “Hipgnosis” exagerou um pouco nas capas. Eles poderiam ter sido mais diretos e menos abstratos.
Rick: Eu não penso como o Pedrinho neste ponto. Acho que eles “deram o recado”.
Rockadabra: Qual é a origem do nome da banda?
Rick.: Esta é uma longa história. Podemos contar na íntegra?
Rockadabra.: Vamos lá! Estamos aqui para isso.
Rick.: Tudo começou quando a gente estava no segundo colegial, o João e eu. Teve uma aula, acho que de Filosofia...
João (interrompendo a fala de Rick): Era Filosofia, eu me lembro bem.
Rick: É isso aí! Agora me lembrei. O professor estava falando sobre Parmênides. Na época a gente não entendia muita coisa, mas já achava legal. Ele falou mais ou menos assim: “O ser é e não pode não ser e o não-ser não é e não pode ser, pois se o ser pudesse passar a não ser, deixaria de ser o ser, transformando-se no não-ser e o não-ser, por sua vez, não podia passar a ser, pois senão deixaria de não ser, passando a ser, o que seria contraditório”. Quando ele falou isto, foi uma zoeira total na sala. Aí, do nada, um colega do meu lado, que estava resolvendo uma palavra cruzada, pediu para o professor um sinônimo de “hipócrita”, com cinco letras. O professor então respondeu que a palavra era “falso”. Disse também que hipocrisia era a afetação (ou fingimento) de um sentimento louvável que não se tem e que hipócrita é quem passa uma imagem de que é melhor do que realmente é e que diz fazer aquilo que não faz e, além disso, sente-se no direito de dizer aos outros o que eles devem fazer, quando ele mesmo não faz. Quando ele acabou de responder, eu pensei: “Só Jesus Cristo não é hipócrita!” Para ser sincero, até aquele momento eu também não sabia o que significava essa palavra, mas como tinha uma sonoridade legal e a gente estava procurando um nome para a nossa banda, eu me perguntei: “Porque não, Hipócritas?” Falei depois com o João e ele achou legal e assim foi feito. Resolvemos trocar o primeiro “i” por “y”, o que é tradicional no rock, desde que os Beatles trocaram o segundo “e” de beetles por um “a” de beat. O Led Zeppelin e o Def Leppard também fizeram algo semelhante.
João: É, mas é preciso lembrar que o nome da banda não é “Os Hypócritas”. Nós não estamos nos chamando de hipócritas. O nome da banda, na verdade, é uma exclamação. Dirige-se a todos, inclusive a nós mesmos.
Pedrinho: Tem também uma outra história legal, que aconteceu comigo, sobre o nome da banda. Foi quando o Rick me chamou para tocar com eles. Eu estava começando o 3º colegial (é bom lembrar que eu sou três anos mais novo do que o Rick e o João). O Rick estava namorando a minha irmã e disse a ela que o Bill (o primeiro baterista) tinha deixado a banda para ir para o exército e eles estavam precisando de outro baterista. Então a Ana Júlia, minha irmã, que já tinha sido a paixão do Marcelo Camelo, do “Los Hermanos”, disse a ele que tinha um irmão que era baterista. No mesmo momento ele me ligou e nós marcamos um teste. Ainda me lembro de que fiz apenas duas perguntas a ele: Qual era o nome da banda e qual era o estilo que eles tocavam. Ele me disse que a banda se chamava “Hypócritas!”, com ípsilon...
Rick (interrompendo Pedrinho): Eu não me lembro de ter dito que era com ípsilon.
Pedrinho: Você sempre diz. Ei! Me deixa continuar! Então o Rick me disse que a banda se chamava “Hypócritas!” e que eles tocavam vários estilos. Aí eu falei para ele: “Eu só toquei punk até hoje.” Ele respondeu: “Punk é o nosso estilo preferido e quem toca punk, toca qualquer coisa”. Eu não sabia o que significava a palavra “hipócrita”, mas eu pensava que era tipo “médico”, em grego. E aí eu pensei: “O nome da banda é ‘Os Médicos’, legal!” O teste deu certo e eu toquei uns três meses pensando que o nome da banda significava “Os Médicos”. Aí um dia eu saí com uma mina do pré-vestibular, considerada “muito cabeça” e bem descolada. No meio da conversa, ela me perguntou: “Por que vocês colocaram o nome na banda de “Hypócritas!”? Na hora me deu uma luz e eu me lembrei de que não tinha muita convicção do significado da palavra e pensei: “Eu não vou “pagar pau” para esta mina” e fiquei na defensiva, dizendo: “Na verdade, quando eu entrei na banda ela já tinha este nome e os caras nunca me disseram o porquê”. Até hoje eu me orgulho dessa resposta. Foi demais! (risos dos outros integrantes da banda) Então ela começou um papo meio linguístico e filosófico, de que as palavras deveriam ter uma sonoridade correspondente ao seu significado e que não entendia como algumas palavras podiam soar mal e significar coisas legais como, por exemplo, “parcimônia”, que parecia o nome de uma coisa muito feia, mas que significava economia, moderação, etc... E outras palavras, ela continuou falando, soavam bem, mas tinham um significado sinistro, como “sepultura”. A conversa continuou por um tempo ainda e foi assim eu fiquei sabendo que a palavra “hipócrita” não significava uma coisa legal. Mas o nome da banda, como já foi dito, é uma exclamação: “Hypócritas!”.
Rockadabra: Vocês estão chamando o pessoal que compra os discos da banda de hipócritas?
Pedrinho: Nós também nos incluímos. A gente está tentando incomodar um pouco as pessoas. Fazê-las pensar em coisas que não sejam as preocupações rotineiras. Sair um pouco desta vida mecânica.
Rockadabra: Muitas bandas tentaram fazer isto e hoje estão totalmente submetidas ao establishment.
Rick: Nós estamos pensando no momento. Não sabemos o que vai ser no futuro. Não consigo me ver como uma pessoa sedentária, preguiçosa e alienada, mas não posso dizer que isto não vá acontecer. Lembro-me de ter lido uma vez que quando o Nick Mason, do Pink Floyd, comprou uma super fazenda (logo depois que eles gravaram “Dark Side” e ficaram realmente ricos), o Roger Waters o criticou, dizendo que ele havia se corrompido. Três anos depois o Waters comprou uma fazenda duas vezes maior e, ao ser questionado pelo Mason, disse, de maneira hipócrita, que tinha comprado devido à insistência da mulher.
João: Eu penso que se você compra ou não uma fazenda, isto não tem nada a ver. O que importa é o que você tem feito para contribuir positivamente para com o meio em que você vive, procurando melhorar a qualidade de vida das pessoas, minimizando o sofrimento. Nós escolhemos este caminho, mas também queremos ganhar dinheiro.
Rockadabra: Vocês acreditam que a música pode mudar o mundo? Os músicos de hoje não parecem muito preocupados com isso.
Rick: Eu não penso que a música possa mudar o mundo, mas pode contribuir para uma mudança na maneira como as pessoas vêem a vida e definem as suas prioridades. Existem questões fundamentais que levantamos em nossas músicas, do tipo: Por que acumular tantos bens e dinheiro, se não vai ser possível, nem sequer em duas vidas, usá-los? Ainda mais quando você se lembra de que tantas pessoas têm tão pouco. Ou: De que adianta desejar uma boa e longa vida, sem se preocupar que ela seja justa? São preocupações bem filosóficas e essenciais.
Rockadabra: Os críticos têm dito que as suas letras são ingênuas e que estas questões estão ultrapassadas, no que tange a música.
Rick: Os críticos são insensíveis. Geralmente são pessoas frias, frustradas e infelizes, caso contrário não seriam críticos. Iriam construir alguma coisa.
Rockadabra: Mas ao criticarem, eles contribuem para que as músicas (e as artes em geral) possam melhorar a qualidade e o que vocês fazem também é uma crítica ao sistema. Além disso, vocês precisam dos críticos para vender os discos.
João: Sabemos que os críticos estão fazendo o seu papel. No entanto, o trabalho deles não tem contribuído para elevar o nível das músicas. A cada dia que passa, a exigência das pessoas é menor, tanto no que se refere à forma e ritmos musicais, quanto ao conteúdo das canções. Nós estamos tentando fazer algo diferente.
Rockadabra: Devido ao conteúdo filosófico das letras e até mesmo do nome da banda, vocês correm o risco de serem rotulados de “moralistas”. O que vocês têm a dizer sobre isto?
Rick: O fato de denunciarmos aquilo que achamos que não está legal não nos torna moralistas. Não estamos ditando regras de conduta ou proibições. Ao contrário, buscamos a liberdade. Moralistas são aqueles que têm aprisionado as pessoas numa teia de ignorância, dizendo o que elas devem, ou não, fazer.
Rockadabra: Vocês são jovens ainda. Continuam estudando? Namoram? Algum de vocês já é casado?
João: Todos nós estamos estudando. Eu faço Engenharia de Som, O Rick está se formando em Filosofia e o Pedro acaba de passar no vestibular para Música. Nenhum de nós é casado e eu não estou namorando no momento, quanto aos rapazes, vamos deixar que eles digam.
Rick: Eu estou saindo com uma garota da faculdade, mas até o momento não é nada sério.
Pedrinho: Eu acabei de romper um relacionamento. Vou dar um tempo.
Rockadabra:: Para ter uma postura de protesto e para compor músicas com um conteúdo tão inovador, vocês devem ler muito. O que estão lendo no momento?
Rick: Além dos livros de Filosofia, sobretudo os diálogos de Platão, que sempre li e continuo lendo, devido ao curso, no momento estou lendo um livro sobre o “Provos”, que foi um movimento de jovens rebeldes holandeses, precursores da contracultura européia. Estou trabalhando numa canção sobre eles. Além disso, estou lendo alguns livros sobre psicanálise, também pensando em algumas composições.
João: Eu estou lendo um livro do maestro Júlio Medaglia, chamado “Música Impopular”, no qual ele faz uma critica a alguns setores da música contemporânea, que ele chama de “empobrecida” e também estou lendo uma biografia de Mozart, para compor algo.
Pedrinho: Nunca gostei muito de ler, sempre baixei na Internet os resumos dos livros que tinha que ler na escola. Mas quando eu li o Harry Potter, gostei tanto que li todos. Agora, por indicação do Rick, estou lendo “O Mundo de Sofia” (Risos dos integrantes da banda) Eu sei – continuou Pedrinho – é engraçado um baterista de uma banda de rock lendo “O Mundo de Sofia”, mas vocês queriam que eu dissesse o quê?
Rockadabra: Vamos falar um pouco sobre o CD de estréia de vocês: “Nada a Fazer!”. O título não denota pessimismo?
Rick: O titulo do CD, que também dá nome à música que é o nosso “carro-chefe”, traz uma ambigüidade proposital. Tanto pode se referir ao momento crítico que vivemos, globalmente falando, no aspecto ambiental, moral, etc. Como também pode ser referir à necessidade do “ócio produtivo” ou do “tempo livre”, que são temas bem atuais.
Rockadabra: O refrão da música diz: “Você não precisa fazer nada. / As coisas vão continuar a acontecer. / Você não pode fazer nada. / O tempo corre mais do que você”. Isto não parece óbvio e um tanto quanto infantil?
Pedrinho: Prefiro ouvir um refrão assim a ter que ouvir: “Vai dar namoro” ou “Pois eu sei que andar a pé é lenha”. Vamos combinar! Nada contra estes estilos, mas é que a gente prefere fazer as pensar pensarem.
Rockadabra: Em “Será que o sol vai nascer amanhã?”, vocês dizem: “David Hume disse que eu não sei se o sol vai nascer amanhã. E daí? Eu quero mesmo é curtir a noite”...
Rick (interrompendo a fala de J. C.): É só uma brincadeira com o ceticismo do Hume. Nós escrevemos a letra desta música quando estávamos no terceiro colegial, para sacanear o nosso professor de filosofia.
Rockadabra: Na música “Acrasia”, vocês dizem: “Ao acordar, planejo as ações do dia e procuro forças para vencer minha acrasia. / No entanto, o que vivo a partir daí, apenas revela contradição e apatia”. Sobre o que fala esta canção?
João: Fala de como o dia a dia consome as nossas melhores intenções e de como é difícil terminar as coisas que começamos. Falta-nos domínio sobre a nossa vontade.
Pedrinho: E também fala da P* (não publicável) do sistema. Se a gente pudesse fazer aquilo que quer, é claro que faríamos com muito mais vontade, mas tem o sistema que nos obriga a fazer coisas que não queremos fazer. Mas não somos subversivos. Lutamos por um sistema mais justo, por leis mais justas e que sejam respeitadas e válidas para todos.
Rick: Na verdade somos otimistas. Se não fôssemos, não faríamos essas canções. Acreditamos que a música, as artes em geral e a filosofia podem contribuir muito para melhorar o mundo. A música, em especial, desde os primórdios, sempre foi um veículo de condução do espírito do homem a um nível superior. Alguns tipos de música fazem isso, como a música de Beethoven e de Bach, a música do altiplano, dentre outras. Nos anos 60 do século passado, a música jovem passou também a representar uma dimensão de protesto. Nós nos consideramos herdeiros daqueles músicos e acreditamos que a música pode mostrar às pessoas que elas podem ser melhores do que são. Há uma frase do filósofo alemão Herbert Marcuse que diz mais ou menos assim: “A arte não pode mudar o mundo, mas pode contribuir para a mudança da consciência e impulsos das pessoas, que podem mudar o mundo”.
Rockadabra: É isso aí! Eu sou J. C. Lada e falei com os integrantes da banda “Hypócritas!”. Ficamos por aqui e informamos que em breve estaremos novamente com estes caras para falarmos de seus novos projetos, de suas convicções políticas e dos bastidores de um show da banda, no qual gravarão o primeiro DVD. Acabo de receber a informação da assessoria de comunicação da rádio Antena Blues que houve um número muito grande de ligações durante a entrevista, por isso, na próxima entrevista, reservaremos um tempo para que a banda responda às questões dos fãs.
Nota da revista Rockadabra sobre a banda e o primeiro CD:
HYPÓCRITAS!
Nada a fazer!
Cubo de Cristal
A banda “Hypócritas!” é uma novidade. Os caras fazem um estilo bem próprio e dividem a opinião da crítica. Brigam com todo mundo e mantém uma postura de contestação ao sistema. As letras são recheadas com referências a filosofia, arte, política e questões existenciais. Tudo indica que têm muito a mostrar ainda.