Marlboro Vermelho.
Trago mágoas da vida e meu coração dói.
Trago a fumaça do cigarro e meu peito reclama.
Tosse. Uma tosse horrível que não passa já a alguns dias. Ela traga mais forte. Se tiver sorte, se livra da tosse. Se tiver mais sorte ainda, morre de câncer. Ela pensa sempre no pior, como o melhor. Pra ela. E quando cai se ajeita e dorme. Fortes dores nas costas. Pés e mãos e olhos castanhos comuns. Café desde sempre. Sexo desde os quatorze. E amor não existe. Manda metade do salário pra cerveja. E a outra pro aluguel. Ela detesta pijama. Não gosta de lingeries. Ela queria ser uma das mulheres do Mulheres de Bukowski, e chegar todas às tardes com um engradado de cerveja no seu apartamento. Ela escreve no bloco de notas enquanto trabalha. E às vezes posta em algum lugar. Mas ela sempre acha ruim. Mas ela sempre apaga. Ela rema em um pedaço de madeira com quatro rodas. Mas sempre se machuca. Sempre quase se mata. Ela é isso e aquilo e nada. E ela continua... mais um trago. Aumentando o estrago. É. Ela continua... falando de si mesma em terceira pessoa.