Cavaleiro errante...
Usava uma indumentária para se proteger das rajadas de vento e a discrepância das temperaturas.
Envolvido numa túnica azul índigo, um turbante cingia sua cabeça e ficava a mostra apenas um par de olhos esmeraldino e brilhante.
Serpenteava as dunas congeladas, numa temperatura de cinco graus negativos durante a noite, tendo a lua como sua companheira. Montado no seu cavalo branco, às vezes fazia sua viagem durante o dia suportando um calor escaldante, onde a temperatura chegava a cinqüenta graus centígrados. Deixava para trás nas areias onduladas as pegadas das patas do seu cavalo.
Vez por outra, num oásis passava algumas horas, banhando-se num lago cristalino e adormecia debaixo de alguma palmeira, onde seu pensamento escorregava para o devaneio.
O moço pertencia à tribo dos tuaregues, da classe mais alta dos guerreiros nobres e ricos.
Jivago era impulsionado por uma força estranha a fazer essa travessia na vastidão do deserto. Numa manhã, o moço se pôs a cavalgar enfrentando o dia todo as chuvas de areia.
Entardecia, os últimos raios solares se preparavam para dar lugar à noite, o moço muito cansado vislumbrou um acampamento e pensou deve ser uma miragem.
Aproximou-se e ficou a contemplar uma moça que lembrava a odalisca, uma visão que teve durante o descanso no oásis. Era Luisa de uma família de cigano, que estava acampada naquele lugar...
Jivago num salto apeou do cavalo, desvencilhando-se do seu turbante, mostrando lindos cabelos revoltos, cor de ébano, corpo atlético, olhos esverdeados e um lindo sorriso angelical.
Luisa estremeceu ali estava à explicação para a dualidade de sentimento sonhada, onde a mesma pessoa unia o rosto de anjo e um cavaleiro errante...
Naquele momento, duas almas foram unidas pelas Forças do Universo, após tantos séculos de separação e caminhos desencontrados...
De acordo com a profecia Jivago e Luisa seguiriam unidos por um amor já imortalizado em outras vidas...
Todo ser humano sonha com um amor puro e eterno...