Os três porquinhos

Era uma vez...

Não! Essa história não será contada assim. Vamos contá-la de outra maneira.

Em uma região, cuja localização não vem ao caso, haviam três irmãos porquinhos. Seus nomes eram Cícero, Prático e Heitor.

Cícero: o mais jovem dos irmãos, com seus dez anos. Tinha uma cara de inocente, porem, todos conheciam sua fama de ficar azarando as jovens porquinhas que passavam em frente de sua casa, que a propósito, era toda feita de palha, idéia que ele teve depois de ser visto com um grupo de hippies que moravam ali perto.

Prático: como o próprio nome diz, era o mais materialista, e também o mais pão duro dos três. Com seus doze anos, tinha uma casa toda de madeira, que comprara de um madeireiro da região (que muitos diziam extrair madeira ilegalmente).

Heitor: o mais velho e mais recluso dos três irmãos, vivia em uma casa de material, que financiara no banco. Com seus quatorze anos, era o mais recluso. Diziam as mas línguas que tinha alguns comportamento estranhos, principalmente a noite.

Os três porquinhos eram vizinhos. Suas casas eram próximas uma das outras. O que eles não sabiam, é que havia um lobo rondando a vizinhança. Depois de pesquisar no Google, o lobo descobriu onde os porquinhos moravam.

Um belo dia, Cícero estava debruçado na janela de sua casa de palha, quando o lobo apareceu.

- Vou derrubar sua casa! – disse o lobo.

Cícero rapidamente fechou a janela e ficou dentro da casa escondido. O lobo então assoprou bem forte, e derrubou a casa (quem em sã consciência construiria uma casa de palha?!). O lobo entrou então na casa e comeu o porquinho.

Depois, ele foi em direção à casa de Prático, que estava em seu computador, verificando duas aplicações na bolsa de valores. O porquinho ouviu então um forte grito do lado de fora de sua casa de madeira.

- Vou derrubar sua casa!

Logo em seguida, uma ventania derrubou a parede de seus quarto (a madeira, além de ilegal, estava apodrecida, possivelmente por causa das péssimas condições de armazenamento). O lobo adentrou a casa, e comeu o porquinho.

Um tempo depois, Heitor estava em sua poltrona, lendo uma revista com um grande G na capa, quando escutou o lobo gritar:

- Vou derrubar sua casa!

Antes que o porquinho pudesse se levantar, um forte estrondo foi ouvido. A parede de sua casa, que era toda feita de tijolos e concreto, caiu (Heitor foi avisado que a construtora não era de confiança, mas disse confiar no corretor, de quem, inclusive, ficou muito amigo). Pela abertura que se formou, ele viu o lobo, ofegante, ajoelhado, quase sem forças. Porém, o lobo se recuperou, e avançou casa adentro sobre Heitor, e comeu o porquinho.

Três meses depois, e o processo por pedofilia ainda segue contra o lobo, que está em prisão domiciliar, graças a um Habeas Corpus.

Cícero e Prático iniciaram terapia com um psicólogo especializado em abusos sexuais. Heitor recusou a terapia.

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Texto: Eder Ferreira

Ideia original: Maneco Terra

Eder Ferreira
Enviado por Eder Ferreira em 01/11/2011
Reeditado em 01/11/2011
Código do texto: T3310613
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