UMA CONVERSA COM DRUMOND
Passeando pela avenida da praia, percebi uma cena interessante naquele banco da avenida da praia no Rio de Janeiro, que tem uma estátua do nosso querido poeta Drumond, e percebi que havia alguém, em estado digamos, etílico, "conversando" com nosso querido Drumond, e meio chateado porque ficou falando sozinho, numa
CONVERSA COM DRUMOND
Marcial Salaverry
Oi amigo, cê tá quietinho aqui, só biservando as coisa, então eu posso falá, pois já vi que ocê num é das puliça, intão vô falá umas coisa que eu penso sobre o que estão fazendo com nosso Brasil...
Veja bem, posso até fazê um quatro aqui, procê vê qui num tô bebo não...
Falando nessas coisa de politico e puliça, todos chama elis de corrupito, mas será que só é corrupito quem pega as coisa?
Eu acho que é mais corrupito o tar que fecha os olho e diz que nada sabi, diz qui num viu nada, do que aquele que seu borso, ou sua cueca qué enche... Cuma é qui podi o cara dizê qui num viu, nem iscuitô intão num fala? Quinem aquelis macaquinho... Dizpreu, ô seu caladão... Quem é mais safado?
Cê num qué falá? Vai vê é quinem os homi qui tão chefiando as safadeza... i qui ainda vem dizê qui podi indireitá a nação... É tudu safadu...
Bão merrrmão, já vi qui num qué prosiá... Fica aí, parecendo uma estáuta... Tchau... Pensa nu qui eu ti dissi, e vê bem em quem votá...
E achu bão saí daí, sinão vão acabá ti assartando, si num aparecê uma tar di bala perdida...
Inté, caladão... Pareci qui é mudo sô...
Agora qui tô vendo... Cê é o tar do Drumond, que sempri iscreveu umas coisa munto bunita,
agora cê pó dizê que "no meio do caminho tinha um bebo, tinha um bebo no meio do caminho".
Adiscurpi ieu seu Drumond, mai foi só de brincadera, causidique eu ti gosto muito i ti dimiro munto mesmo...
Brigadu pelas coisa linda cocê sempre escreveu... Vô ti dá um baita abraço...