A IRMANDADE SECRETA DAS FIGURAS REPETIDAS
Coladas no mesmo álbum
Mesma folha, uma ao lado da outra.
Conspiravam contra as simplicidades do novo usando o ostracismo evidenciado na consumação satisfeita das suas próprias mesmices...
Dia após dia...
Sempre com necessidades provincianas.
E no mesmo cuspe que arremessavam vista após vista, acabavam fixando-se ainda mais e alimentavam o crescimento, em perfeito asco, de uma redoma onde estavam presas, protegidas e isoladas de outras tantas figuras que por ali passavam...
E o velho álbum tornou-se obsoleto, rabugento, pois não servira mais para ser visto ou, se quer, aberto por ninguém.
Contrariando o interesse da ampliação, fechou-se eternamente sem apreciativas de quem quer que fosse.
Excluindo-se, é claro!
Aquelas mesmas figuras que nunca preencherão qualquer álbum.
Ah, mas sem dúvidas, elas continuam em um canto desses sorrateiramente, depreciando, menosprezando, qualquer figura que ouse rondar a merda do álbum que elas criaram para colar as delícias do seu próprio ego.
Como se todos fossemos figuras repetidas de uma irmandade secreta.