SERÁ QUE É ASSIM?
O tempo passa e as dificuldades na aprendizagem aumentam. Esta é a realidade brasileira. Luna questiona-se sobre esta situação. Encontra um livro de escola junto a outros em sua biblioteca e põem-se a lê-lo. Parece mentira, pensa ela, folheando-o. Como e porque agora encontro esta obra, dita pelos jovens de hoje, pré-histórica. Logo agora que estamos vivendo um caos na educação. É os tempos mudaram. A era da tecnologia veio com tudo e até parece que tirou o encanto da redescoberta através das leituras.
Preciso fazer algo, continuou a pensar. Mas o quê?
Dormiu com este pensamento e lá pelo meio da noite acordou assustada, chegando a perguntar a seu marido se foi ela que tinha feito isso. Mas não sabia o que era. Ele olhando-a e sem entender disse-lhe que não havia feito nada. Mas algo martelava na cabeça de Luna.
Depois da noite mal dormida, cedo pela manhã, enquanto degustava um suco de frutas acompanhado de um saboroso bolo de laranja, enquanto lia a jornal Zero Hora, deparou-se com uma matéria sobre: "As estratégias para um ensino de qualidade". Ao ler constatou que na notícia eram narrados meios utilizados por alguns estados para que acontecesse um melhor desempenho dos professores, recursos que os valorizassem e que logicamente, na medida em que atingissem as metas, seriam ressarcidos através do estímulo financeiro. Proposta em alguns aspectos boa.
Fazendo uma retrospectiva, Luna lembrou-se de suas professoras. Tempos bons aqueles. As crianças aprendiam a pesquisar nas bibliotecas, em enciclopédias: Barsa e Delta La Rousse eram o máximo. Hoje só querem procurar no Google, imprimir direto sem nem ao menos lerem o conteúdo, apenas o título. E o pior, os professores aceitam. Será que assim aprendem algo?
Transcorrendo a leitura do jornal, em outra página, outro assunto: "Começa no próximo sábado o maior ENEM de todos".
Ufa! Disse Luna olhando o Jornal, o povo merece ser alfabetizado, conquistar seu espaço, ter seu certificado de conclusão de ensino, mas isto é um absurdo. Tanta facilidade. Provinhas de fazer um “X”. Onde fica o conhecimento deste povo? Será que sabe formular uma frase corretamente? ler um livro e fazer um resumo? Consegue segurar um lápis de forma correta? Mas “catar milho” no teclado de um computador sabem, ninguém duvida.
Para toda regra há exceção, para o saber não existe exceção, pois, ou tu sabes ou tu não sabes. Sei que existem ótimos profissionais na área da educação. Como também boas e más escolas. Não só no aspecto físico e financeiro. Sinto que falta estímulo aos professores. Deve existir uma forma mais direta para valorizá-los e proporcionar condições para que deixem fluir a criatividade.
Com relação aos docentes mais titulados ou os que apresentam melhor índice nas avaliações aplicadas pelos governos, não significa que demonstrem melhor desempenho em sala de aula. Hoje sabemos que qualquer tipo de bônus utilizado, pode apresentar efeitos nada positivo, é uma forma de experimento adotada por alguns governantes, sendo por enquanto o resultado uma incógnita.
O professor deve ser um artista, usar sua criatividade, saber estimular e acompanhar as mudanças existentes. Deve levar ao aluno, além do aprendizado, o interesse em aprender e a valorizar as mudanças que aqui estão. Saber utilizar a tecnologia como um recurso que veio acrescentar e não destruir, um auxilio no processo da aprendizagem. Criar possibilidades onde ocorra o aprender a viver e compartir, porém dando importância a um livro que, por menor que seja, deve ser lido, guardado com carinho e que sempre estará a espera para ser saboreado pelo olhar de um leitor.
E assim Luna iniciou sua campanha à vereança.