O garoto de lugar nenhum. Capítulo 1 - Parte 1.

Introdução:

Sempre achei que tem algo de errado com a vida. Estudar, namorar, Trabalhar, se casar, ter filhos, envelhecer e morrer. Dizem que a vida é um dom, e se vida é isso, Sinceramente acho que não tenho esse dom.

Eu sempre adimirei as pessoas que fizeram alguma coisa, pessoas comuns que morreram mas que ainda vivem.

1. Insônia.

Tudo girava, tudo doía sem machucar, aquela insônia já durava oito dias, e era sempre o mesmo pesadelo, um Homem que não consigia ver o rosto, tentado salva seu filho de um local em chamas e uns gritos de dor de uma mulher que também não consigia ver o rosto. E é sempre a mesma hora. Às vinte e uma ia pra cama, com a insistência da mamãe. Os pesadelos aconteciam por volta das vinte e três, era quando acordava e não consigia dormi mais. Nesse tempo passava muitas coisas pela minha cabeça, e é até uma coisa que me diferenciavam das outras crianças da minha idade, pois eu pensava e observava as coisas à minha volta. Na época eu morava com meus pais: minha mãe, Maria e meu pai, Paulo. Morávamos em uma casa no meio da periferia da grande São paulo.

Mamãe ficava em casa e papai era mecânico por herança de seu pai. Papai estudou quase um ano de engenharia mecânica na faculdade. Mas teve que larga os estudos quando eu nasci. O que faz-me setir-me um pouco culpado, mas nunca revelei esse sentimento para ninguém. Para eles eu era uma criança normal, o que não era verdade.

Eu com nove anos estava na quarta série em um colêgio onde papai precisaria economizar três salários para pagar uma mensalidade, se eu não tivesse ganhado uma bolsa quando estava no primário.

Na minha escola as outras crianças se aproximavam de mim para eu ensinar às matéria às quais elas tinha dificuldade de aprende, e até conseguia um dinheiro dos filhinhos de papai que não ligava pra nada. Eu não sabia bem ao certo o que fazer ou o que eu ia fazer com aquele dinheiro, mas eu sentia que devia guarda. Existia um garoto chamado Marcos. Marcos era loiro, olhos azuis e lábios avermelhados. Ele era meu maior cliente, mas a verdade é que ele era diferente dos outros alunos, ele era tão inteligente quanto eu, só comprava por preguiça de estudar. Algumas vezes ele até corrigia algumas respostas erradas que eu fazia.

Algumas vezes eu tentava me aproxima dele e de outros garotos para algo a mais do que negócios mas eles se afastavam de mim pelo fato de eu ser pobre. Mas a verdade é que eu não ligava nem um pouco. Eu gostava quando me procuravam para ajuda-los com a matéria, eu me sentia útil.

Eu sabia que isso era errado, e até sentia-me meio culpado graças a uma garota chamada Julia que sempre me lembrava disso. A Julia era a puxa saco da professora, uma garota de cabelo castanho enjoativo que só de olhar dava vontade de vomitar, usava óculos, aparelho e sempre falava gritando. Eu odiava muito ela.

Eu reparava as caras de nojo dos meus golegas e dos seus pais quando papai me trazia e me buscava na escola no seu maravilhoso opala ss 76 preto ao som de Led Zeppelin, enquanto todos os pais usavam carros importados e carros do ano e ouvindo suas musicas pop. Aquilo me deixava muito orgulhoso do meu pai.

Era a hora mas feliz do meu dia, porque sempre antes de ir pra casa papai ensinava a dirigir. A verdade é que eu já sabia mas eu tinha medo de que se ele soubesse parasse com as aulas.

Eu tentava mais dirigir do jeito dele do que do jeito certo. Com o braço esquerdo pra fora, a cabeça incrinada um pouco pra baixo com os olhos fixos a frente, como um touro que esta preste a chifra alguém.

Meu pai usava sempre a mesma jaqueta de couro preta com uns furos e cortes das brigas que ele tinha do tempo em que ele tocava numa banda de Rock.

E ele sempre dizia:

- Rafa, meu filho um dia isso tudo vai ser seu.

Eu ancioso perguntava:

- Quando Papai?

Ele dava um sorriso torto e confiate:

- Quando eu morre.

Aquilo me assustava, Eu ficaria sem rumo, perdido sem meu pai, tinha muito que aprender com ele ou copia dele. Ele tinha um rosto emanava confiança, um olhar que parecia que ele conseguia enxerga à alma, muitas vezes eu cheguei achar que ele sábia que eu vendia informações no colégio e que voltava pra casa com o bolso cheio de dinheiro.

Quando chegávamos em casa por volta das dezenove horas lá estava mamãe quase com o jantar pronto, ouvindo Beatles.

Umas das primeiras coisas que papai fazia quando chegava em casa era dar um beijo na mamãe e tirar a musica do Beatles para colocar Led Zeppelin. Atitude essa que deixava mamãe muito nervosa.

- Você não cansa de ouvir as mesmas musicas todos os dias?

Papai olhava pra ela com a cara de despreocupado que ele tinha.

- Não.

- O Rafa já se cansou de ter que ouvir essas musicas. Não é Rafa? -E ela olhava pra mim que se eu fosse a sua utima esperança.

- Não mamãe, Led Zeppelin é muito bom.

Na hora mamãe fazia uma cara que eu não sabia se ela ia chora ou rir.

Papai já gostava. Ele me ensinava a toca todas as musicas do Led Zeppelin no violão.

Eu queria ser igual a ele em tudo desde a roupa que ele usava, até aquela cara de sonso de que não se deixa ser abalado por nada, de que tudo tem solução e mais cedo ou mais tarde tudo iria se resolver.

Durante muito tempo essa foi minha feliz vida.

(...)

Diga lima
Enviado por Diga lima em 29/09/2011
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