Anjo

Tão grande era aquela dor, ela sentía o seu coração despedaçar-se, embora sua vontade fosse de gritar, chorar até adormecer, alí mesmo em baixo do luar, ou sumir daquele lugar que traíria tantas lembranças...Apesar de toda sua dor, não conseguia chorar, sabia que não iria a lugar algum, fugir não mudaria nada, ela esperava adormecer e ao acordar descobrir que tudo , não passava de um horrível pesadelo, e que logo ao acordar receberia uma mensagem dele, como era de costume. Mais sabia que não haveriam mais mensagens.

Queria que naquele momento, ele sentasse junto a ela, olhasse nos olhos, e pedisse que não chorasse, pois tudo iria ficar bem. Queria sentir o seu abraço, seus lábios carnudos, colados aos seus. O seu corpo junto ao dela pela última vez. Olhando as estrelas , fitou uma que entre todas tinha um brilho mais intenso. Uma brisa soprou seus longos cabelos negros; nesse momento lagrimas dançavam pela sua face, escorriam entre seus lábios e caiam em teus seios.

Com uma voz doce e tremula susurrei: " Sei que estás aqui, posso sentir mesmo sem te ver meu amado...sei que deseja que continue vivendo da melhor forma possivel. Mas sem você esta vida minha vida já não tem mais sentido. Aguarde-me meu querido, que irei para junto de ti e então será eterno".

Ela sabia o que havia ido fazer naquele lugar onde não havia ninguém; iria juntar-se a ele.sem ele jamais criaria planos, jamais seria feliz. Era imenso o vazio dentro dela. Eles eram como duas almas ligadas a um único corpo. A partir do momento que le se foi, o mundo dela desabou e sua única vontade era poder juntar-se a ele no paraíso. Então Marina olhou demoradamente a escuridão a baixo e se atirou do penhasco. Naquele momento era impossivel descrever o que passava-se dentro dela, milhares de sensações. Sentia o vento soprar sua face, parecia com um anjo aquela menina de expressão calma e doce, era isso que ela sentia, um anjo.Era como voar, mas ela sabia, que ao chegar mais a baixo não retornaria a cima, então fechou os olhos e com um lindo sorriso foi ao encontro do seu amado.

Débora Woolf
Enviado por Débora Woolf em 29/09/2011
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