Bemmalquer- saber

Bem-me-quer, bemmalquer. Hoje em dia, já não se lembram mais que costumávamos brincar de bem-me-queres na adolescência. Fazíamos aqueles testes, classificados na época como sopa de nomes, para decifrar se a pessoa amada era a correta. Como diria eu, era uma miscelânea de palavras. Enquanto os meninos só pensavam em bola de gudes, empinar arraia ou bater aquele baba e colecionar figurinhas. E não sei que mais lá. A sorte de um relacionamento entregue a uma flor. Margarida já me dizia que por um bem-me-quer morreria. Que louca! Interessante que as pessoas se deixam influenciar por coisas tão banais e profanas. Tempo que não volta mais. O relógio anda adiante e não para traz. Como poderia eu deixar o meu destino ser resolvido por uma calêndula. Isso me faz lembrar a Zoraide e suas leituras na borra do café. As calêndulas não chegam aos pés das rosáceas por sua fama. Se sei que ela me ama e me aprecia. Me quer bem! As calêndula nunca poderão expressar em palavras a fragrância de um perfume que exalam de ti. Vejo alguém distante atravessar a rua. Olho para ver se reconheço. A pessoa se assoma lentamente para saudar-me. Ainda assim, não a reconheci. Era ela com seu jeito de andar encantando o mundo. Seguiu lentamente a minha direção como se fosse o rio em rumo ao próximo desembocar. Do seu corpo emanava una luz amarela. Como aquela que contorneiam a silhueta de um Anjo. Apenas troca de olhar e nenhum gesto mais.

Em vida, me preocupei com o rumo que as coisas tomariam. Sempre pensei na diferencia sociocultural e de pigmentação que às vezes impedem a proliferação das relações intersubjetivas. Mesmo assim, existem botão de flor capaz de nascer em uma planta daninha. Elas não poderiam concebe-los. Mistério. A vida é cheia de enigmas. Quem nunca brincou da língua do Pê? Era uma linguagem usada pelos adultos usavam para que as crianças não pudessem compreendê-los.

Um autor baiano, ou seja do sul da Bahia, cujo nome nao revelarei JA o JP, já chamou atenção para isso no ano de 1948 ao escrever um certo livro infantil dedicado ao seu filho por ocasião do seu primeiro aniversário. A vida humana ligada a pormenores como cor, religião, política e sexualidade. A avaliação de um ser humano ligada a sua aparência. Você acha que os tempos mudaram? - Sei lá. Bom, mudando o rumo desta prosa severde. Falar-lhes-ei um pouco de mim e dos meus. Para começar hoje vivo num apertadinho ataúde. Os vejo da profundeza de um céu escuro, aberto e não estrelado. Dizem que aqueles que possuem a minha qualidade não podem defende-se. Mas eu sim. Me defendo desde aqui. Ainda em vida costumava ler sobre vários temas, como por exemplo a metafísica. Sempre me preocupou a essência das coisas. Qual era a ordem natural das coisas. É uma tautologia? Conhecimento que me proporcionou alguns câmbios de pensamento e atitude. Cantiana. O melhor de tudo era que não me atinha a nada nem a ninguém. Até que conheci a Calophylla. Esto aqui é aquilo que eu chamaria relato de palavras. Por isso, deixarei para a outra volta do tempo. Daria pano para várias mangas. Não é uma falácia. Más quem sou eu para dizer isso?

Tentarei ser breve. Nunca tinha podido ser. Ademais, não me permitiam nem correr contra nem a favor do tempo. Desde pequena nunca pude compreender o tempo dos outros. Fui castigada por isso. A escrita complicada. E o número de folhas cheio de palavras. A vida cheia de pilhérias ou facécia. Qual seria o termo correto? Era as principais reclamações Como posso compreender o seu tempo. Uma frase de um dos seus escritores prediletos me fez entender que por mais que tentemos nunca o entenderemos. O tempo é circular. “O tempo é difícil”. Se governa. Curto e indolor. Não se pode explicar. Quando necessitamos de sua velocidade usa, simplesmente, o relógio avariado, sifilítico. Ao contrário disso, transcorre mais rápido que a tão conhecida velocidade da luz não o pode acompanhar. Não querendo contrariar os filósofos, mas acredito, desde meu cubículo, que o tempo foi criado quando os deuses se cansaram de garantir a ordem e a estrutura na vida do ser humano. Aqui já não se arregla mais tempo nenhum. Assim como o tempo da, ele mesmo tira. O tempo passa e as folhas caem, o vento sopra, e a chuva molha o arado seco de um curto e inesquecível verão É outono. Ao tempo ele pertence todas as fases e do ano as estacoes. Tempo que engado tempo tempo macuriá, é o tempo rei.

Passando por uma rua sem nome, abriu-se diante das minhas pupilas uma janela para o passado como uma máquina atemporal. Recordar um fato, depois de algum tempo, é reviver as experiencias de forma crítica. Vi uma rapariga com a tez silenciosa pergunta-se: - Será que me queres bem? Olhei para os lados. Tomei coragem. Perguntei-a o que ela estava fazendo e a quem se referia. Acanhada me respondeu, contando as suas preocupações Ela que estava muito preocupada com um grande amigo. Dai que comecei a contar-lhe a minha história interminável.

Quando era adolescente costumava sair para fazer um bico na empresa de um amigo do meu avo. Caminhado por uma estrada simétrica encontrei uma menina. Ela era a singularidade em pessoa. Nunca havia conhecido pessoinha igual. As vezes eu tinha a impressão que estava morta. Não sorria, não falava e não reclamava da vida dura que levava. O que me chamou atenção foi que de tão tímida que era, arrufou-se a alma. Mostrou-se uma pessoa que não era. Me surpreendeu. O que ela não sabia era que estava observando-la. Sabia que não era assim. O indivíduo não é um erro por natureza. Ele nasce cresce e morre para renascer. Em uma bifurcação tem que eleger o caminho a escolher. Dependendo de sua escolha começa a montar a sua saída de emergência, que lhe será útil por toda a vida. É o umbral da vida adulta. O ser humano é reflexo e reflexões de sua infância Já dizia uma psicóloga que agora não me lembro quem Dependendo da infância vivida, se poderá saber qual caminho terá a vida adulta de um indivíduo Pouco a pouco se vai desejando a diminuição da soberania de um colonizador para propiciar uma amálgama de conceitos heterogêneos Corroborando, assim, para o rompimento das características de vidas herméticas. É necessário abrir-se ao mundo.

Realmente pensar é transgredir. No meu pensamento, construi um mundo apenas nosso. Quando o adentro não tenho medo. Ando sem pressa. Esta é a forca do meu pensamento que invade o meu mundo poético Pensei. Eu não compreendia a atitude daquela menina que pouco sabia sobre o amor. Seus repentes me provocavam uma tristeza repentina que se prologava em um aulido silencioso. Manifestado por uma pequena gota de lágrima que descia lentamente desde de minha glândula lacrimal até o canto esquerdo da minha boca. Sentia-a percorrendo as partes mais escondidas do meu corpo. Deixou uma grande marca de tão doce que era. Quando alcançou o meu peito suspirou e exauriu-se de uma do meu membro superior até chegar ao meu peito. Peguei uma gazeta. Li um título que dizia: A disfunção centrada no hipotalamos é a responsável por várias doenças mentais.

Um dia tenebroso de outono nos damos conta de que nada é para sempre e caímos em um silêncio profundo. Que será interrompido com a chegada de duas interlocutores alemães, Inobstante me falarão em espanhol. O ministério da vida que um ser humano guarda dentro de si como uma caixa surpresa. Elas vinham queixar-se do sistema alemão e das pessoas. Logo, se emudeceram quando eu perguntei o que lhes faltavam e porque de tanta lamuria. Se esquecem que em outros lugares não é tão bom quanto parece. Devemos pensar bem antes de começar um discursão com alguém. Sobretudo se este alguém a visto e vivido muito. Não existirá argumento negativo que o convença?

Uma vez quando o sol ainda se fazia presente no céu, mas se preparava para ceder o espaço para a lua encontrei uma pessoa desconhecida e me falou que ela não existia. E que a menina singular era apenas fruto de minha fértil imaginação Eu o respondi:

- Se eu fosse um mágico a faria surgir todas as vezes que a quisesse ver. Os amigos imaginários reconfortando a alma.

O desconhecido em seu silêncio funéreo de outono, aconselhou-me a acreditar na forca de minha mente. Os nossos destinos estão interligados. Estão gravados na sola dos seus pés. Assustado com aquela conversa estranha, segui a rua direta que daria na minha casa. Normalmente, preciso caminhar apenas minutos até a minha casa. Era como se o tempo se prolongara. Transcorresse lento. Quando queremos que as coisas passem rápido ele segue e persegue um ralentando clássico. Resumo da ópera. A menina desapareceu e nunca mais volvi a ver-la. Nunca vi uma coisa igual. Mas veja só. Onde já se viu, um homem com uma amiga imaginária? No dia seguinte, sai para dar uma volta e esqueci tudo que me havia passado. Eu não sabia se havia sido um dejavu ou se realmente vivi tudo aquilo. Não importa.

Havia em uma janela qualquer uma mulher. Ela com o seu olhar vago fixava o exterior da aula. A chamei por diversas vezes. Ela estava presa em seus pensamentos e não sabia como sair de lá. Em este primeiro momento percebi que ela me atraia. Tudo nela era vollkommenheit (perfeição). Era lá excelência em forma de mulher. Olhos brilhantes, expressões seria firme e decidida. Assim era o seu retrato na janela. Era o mesmo que ouvir-la dizer: la esselencia imperfecta. Na sala havia um relógio de areia reclamando de tão minucioso que era o tempo. A chamei por uma última vez. Consegui desviar a sua atenção para mim e a disse: Esta pensativa? Apenas com sua arrogância procurando manter a distância retorica me responde: Não posso contigo. Tenho sempre que pensar qual lingerie devo vestir. Sempre advinhas os meus pensamentos. A fixei de uma forma tão angelical para não deixar as suas palavras finas como uma agulha perfurar o meu coração Senti que algo havia mudado dentro de mim. Sem sabe o que. Sempre quis saber como pude viver perto de um coração selvagem. A cada pergunta sempre tinha uma resposta em forma de pedra. Rompia a minha tez. Sempre soube que que as nossas essências se uniam. Não éramos uma unidade, más sim resultado de uma múltipla metamorfose indeterminada. Como poderei falar sobre os meus sentimentos, se nunca foi possível declara-me a ti? Me faço essas perguntas para abrir um parêntesis poético.

Depois de uma semana de ânsia voltei a vê-la. Nunca mais pude ser a mesma. Não olhava nos seus olhos. Tentarei explicar aqui a sensação que me provoca a sua presença Meu coração começa a latir. Minhas mãos se volvem geladas. Não tenho acesso ao meu dicionário mental. Mesmo aquele dicionário que já leva uma certa temporada comigo. Esqueço as palavras mais simples e necessárias

No dia seguinte, entrei em uma sala de espera. Você estava em pé em frente a um espelho com um cravo azul no cabelo. O que me chamou a atenção é que nunca tinha visto algo deste tipo. Normalmente, encontramos muito no mercado a Rosa azul, sinal de mistérios Para comtemplar uma rosa azul presenteada. A rosa azul com o seu perfume representava nos seus curtos cabelos o enigma, procura e almejo do inalcançável. Ademais representava o grande mistério Seu perfume começou a tomar conta do meu corpo. Adormeci três meses. Soube do ocorrido através de terceiros. Assim que eles me contaram, que sonhei que alguém dizia algo e eu não consegui entender. As únicas palavras que me recordo são: tempo... ile tempo tatá. E por fim macuriá. Você deixou o seu perfume em mim...

Dois meses depois, sair para comemorar a chegada do outono. Aqui, o interessante é saber que existe um número incontrolável de pessoas ilegais, mas que pagam seguro. O importante era que a estação do vento e da chuva chegou para ficar.

No dia seguinte, telefonei para uma amiga vir buscar-me. Não me sentia bem. Melancolia e saudade. Tinha uma mistura de sentimentos. Tudo era um galimatias. Ao pronunciar estas palavras de dicionario minha amiga me perguntou. O que é isso? É de comer? Esperei um átimo de tempo para responder-lha:

Galimatias é uma confusão cognitiva. Disso se desencadeia uma erosão mental.

- Erosão mental?

- É um efeito que certos pensamentos causam na mente humana. Um efeito corrosivo inexplicável

- Isso sim que é incidente.

Fechei lentamente o meu dicionario. Sair caminhando e entrei na primeira rua a esquerda. Te vi e não te reconheci. Coloquei a chave no ferrolho da minha casa. Fechei a portinhola. Dormi um sono eterno. Porém não sonhei. Dormi um sono só. Pequeno.

Se tivesse tido um sonho, sonharia com aquela flor que conhecemos como dorminhoca. Abre a porta mariquinha que o boi já vem. Apenas escutei sua voz que se desvanecia lentamente dizer bem-me-quer malmequer. Termina uma flor e logo comenzava outra vez.

Gelassenheit
Enviado por Gelassenheit em 15/09/2011
Código do texto: T3221196
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