Um olhar marginal
Trazia desenhado nos olhos retratos da ultima desgraça
Nos sonhos amarras e nada de bom
Mão vazias, vontade de brumas
Tatuagem no braço
Caminhos perdidos
Mas não se achava nada estranho
Tentava contar folhas miúdas das árvores
Atravessava as ruas revendo antigas janelas
Sempre descalço, nada tinha para calçar
Dormira em tantas camas, as vezes nem cama lhe ofereciam
Dormia em qualquer lugar
Não, ele não estava perdido
Sabia seduzir certas mulheres
Fazia-se de filho, depois de amante
E desconhecido se fazia afinal
Suave, precário, era assim o seu destino
Um observador engendrando-se
Em desculpasmarginais