Filho, você me leva?!

O filho, tenra criança, fazia perguntas e ele respondia.
Repetia ele amavelmente explicava
Foram centenas delas e tantas pacientes respostas.
Passaram-se os anos,
aquela criança, hoje jovem continua a perguntar.
E o pai cuidadosamente a explicar.

(Tudo é fácil quando a relação se dá de pai para filho!)

Seguiu-se o andamento célere do tempo.
Hoje o filho amadurecido o pai envelhecido,
E sem muita mobilidade.
O Pai pediu ao filho:
- Pode me levar até a praça hoje ? há tempo não vou lá!
- Mas o que você (deveria ser senhor) vai fazer lá?
- Rever alguns amigos que há muito não encontro.

- Mas se você quiser rever seus amigos deverei levá-lo sempre?!

- E eu não tenho tempo a perder!
- Está bem, não precisa me levar, vou só!

- Que vai só, não consegue nem andar, vai demorar um ano pra chegar, e ai seus amigos já se foram.
- Não tem problema já não quero mais vê-los. Quero somente relembrar o tempo que com você ali passei, passeei e respondia às perguntas que você me fazia, e nas respostas estava o alento de meu coração e alma, pois o amava tanto quanto hoje. E por certo estes sentimentos ali ainda estão e me farão entender que o tempo que você não tem hoje ‘a perder comigo’ foram os que eu ganhei com você.
Isto me basta, será a compensação e me valerá ter vivido, ter sido seu Pai.

Filho não perca, vá sim ganhar seu tempo.

Vai filho e que Deus te abençoe! Continuo te amando!

Brasilino Neto
Enviado por Brasilino Neto em 07/09/2011
Reeditado em 12/08/2024
Código do texto: T3205472
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