TO LOKO, SÔ NORMAL OU VIRTUAL

Enxurradas de pessoas se aliviavam no bouqueirão dos pontos de ônibus, negros, brancos, operários, empresários, estudantes, desocupados ou simplesmente alguém “sem lenço e sem documento”, cantado pelo Caetano. Ele viajava naquele movimento astral e febril, hoje, sem parafusos, martelos , pura tecla ou card entre o brasilês e o americaneiro.

A antropologia contemporânea lhe arremessava no paredão do presente.Tantas cores, raças, e crédulos ,sem falar na luz ou insólita visão, nada o identificava. Conduções de várias localidades acotovelavam-se , parando e superlotando. Em seguida, rompiam em sua jornada urbânica ou periférica. Cheiros advindos, adrenalina, suor, fragrâncias vitalícias e morimbundas. Mas nada , nada levava Aquele Ser a reconhecer-se. E havia também os sons, Ah! Os sons, Raul Seixas, Rita Lee, Elis Regina! Porém, não eram eles, e sim, gorjeios eletrônicos sem exo e sem nexo. Somente sons sem aquelas autênticas vozes que um dia conhecera. Então o passado surgira como filme em preto e branco ou foto lambe lambe. Era o pretérito perfeito , mais que perfeito ou ....................

Ergueu do banal vazio rasgando suas lamúrias, incertezas e mediocridades, garantindo se reencontrar qualquer hora, dia ou mês, seja janeiro, fevereiro, abril.............

Pularia a janela desse tempo desvairado, maluco e cairia de pé no futuro, sem arranhar o presente e apagar o passado , mesmo que naquele devaneio não enxergasse no reflexo do espelho virtual. Afinal não era louco, só estava confuso, pois na atualidade bastava dar um click pra defender o Ser imaginário que debatia no seu ego metálico e sombrio.