LOCALIZAÇÃO DE COLEGA APÓS 35 ANOS

     Durante aproximadamente noventa dias fiz buscas para localizar cinqüenta companheiros, porém alguns eram difíceis de encontrar. Tive de usar outras técnicas na minha pesquisa. Entre os que foram difíceis de localizar um deles era o Edson Teixeira. Vou relatar aqui como foi a sua localização.

     Após já ter encontrado quarenta e oito companheiros, faltando apenas dois, fiz uma viagem a Tubarão - SC, para tratar de alguns assuntos do encontro. Uma das ações foi fazer uma entrevista na Rádio Tubá, no programa Show do Rádio de Vera Mendonça e Paulo Garcia, às 8h da manhã do dia 10 de outubro de 2006. Nesta entrevista falei o motivo de minha estada naquela cidade, que era o de encontrar os companheiros e reuni-los em um grande encontro no mês de novembro. Relatei que havíamos estado ali há trinta e cinco anos atrás, fazendo um curso de treinamento para a Eletrosul, depois de sermos aprovados em um processo seletivo. Falei sobre a duração do curso, o local onde fomos hospedados, o número de colegas, etc. A Vera Mendonça me perguntou quantos colegas eu havia localizado e respondi que até aquele momento eu já possuía quarenta e oito nomes. Vera me sugeriu que dissesse o nome dos dois que faltavam. Eram Edson Teixeira, cujo apelido na época era Cueca. Disse a ela que o motivo daquele apelido era porque em uma partida de futebol distribuímos calções, quando faltou um, o mesmo então jogou de cueca. O outro era Mario Luiz Vargas, que a própria família nunca mais soube do seu paradeiro. Agradeci a oportunidade de estar ali.

     Passei então a tratar de outros assuntos para a realização do encontro, tratar o que seria servido nas refeições na oportunidade; horários com pessoas envolvidas, tais como economia da sede onde seria realizado este; cardápio; garçons, etc. Eram aproximadamente onze horas da manhã, quando toca o meu celular e uma garota pergunta se eu estava tentando localizar o Edson. Respondi afirmativamente e então uma emoção me tomou conta, pois disse ela que sua sogra havia lhe ligado de Criciúma SC e que estavam à procura de seu pai, em entrevista na Rádio Tubá. Disse ela que se tratava de seu pai, disse mais adiante que notou a minha emoção ao receber aquela ligação. Informou-me que seu pai se encontrava em Itapirubá, uma praia do litoral catarinense. Estava eu então com quarenta e nove localizados entre cinqüenta companheiros. Como havia resolvido ir a Florianópolis, ao passar por Itapirubá o desafio de falar com ele foi maior e acabei entrando nesta cidade a procura do Edson. A dificuldade não havia parado, pois eu não sabia seu endereço, Como o lugar era pequeno, entrei apenas com o seu nome e passei a perguntar para as pessoas que encontrava se conheciam alguém ali com aquele nome. Vieram muitas sugestões e quase nunca encontrava os indicados, quando encontrava não se tratava do mesmo. Ao passar por um senhor que estava em um portão perguntei-lhe se conhecia alguém chamado Edson Teixeira, me respondeu que a três quadras dali morava um Edson Teixeira, mas não dei muita importância por ser um senhor de muita idade e a forma insegura da informação. Andei alguns metros e estava eu parado em outra casa quando chegou ao lado do meu carro uma garotinha de bicicleta que disse:

     - O meu padrinho é Edson Teixeira.

     Pedi a ela que me levasse até ele. Agora sim se tratava do pai da garota que me havia telefonado. Nos cumprimentamos e a conversa não parou mais, foi tanta que o mesmo que estava pintando sua casa e os respingos de tinta no seu rosto ficaram por um longo tempo.

     Como a noite já chegava procurei uma pousada e ali me hospedei, pois ele havia me convidado para jantar. Nossa conversa continuou, sempre lembrando nossas vivências durante o curso em Tubarão. Mostrei a ele a entrevista que havia feito na Rádio Tubá, riu muito quando referi seu apelido e o motivo do mesmo. Ao final da noite agradeci a hospitalidade, nos despedimos e fui então para a pousada, onde na manhã seguinte segui viagem para Florianópolis.

     Encerrava aí então a história da localização de mais um companheiro.




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Valter Jorge Schaffel
Enviado por Valter Jorge Schaffel em 16/12/2006
Reeditado em 08/01/2007
Código do texto: T319506