A historia de um qualquer
Há muito tempo fui jovem e como jovem me ative a coisas banais, me lembro quão difícil foi me aventurar ao longe das asas de minha mãe, me recordo como se fosse hoje o dia claro de setembro, dia esse em que num salto de esperança me lancei ao vento e pude então sentir a brisa suave abrir minhas asas e assim voar.
Meu primeiro voo não me levou longe, porem abriu minha mente para um novo mundo de experiências que aos poucos alcancei.
Após esse evento não era mais capaz de seguir com o medo ou com a precaução, me lancei cada vez mais longe, cada vez mais alto, e por fim encontrei o que todos encontramos quando nos afastamos da segurança, encontrei o amor.
O amor que me fez ir onde não deveria ter ido e sentir o que talvez não devesse ter sentido, e assim me perdi, ou me achei, mesmo que por pouco tempo fui o que deveria ter sido e acreditei que este fosse o caminho.
Os problemas me acharam porem me lancei novamente ao vento, mas em minha fuga minhas asas foram feridas e já não mais podia voar.
Meu corpo se pendia como um vaso danificado e minha mente se mantinha fechada, mas um dia percebi que minhas pequenas patas eram fortes e que o mundo era maior agora, as coisas eram mais vividas e as experiências mais profundas, um novo mundo estava a minha frente, mas agora entendia que o perigo também estava lá.
Com minhas jovens patas me aventurei, talvez ate mais do que quando usava minhas asas, porem agora tudo era intenso e isso me fazia sentir a vida que corria em minhas veias, poderia ter parado, mas meu coração ainda era jovem e meu espirito me chamava e me mandava seguir adiante.
Persegui ate que por fim fui perseguido e meus erros novamente me laçaram, me cercaram e me feriram uma das patas, me vi novamente na tristeza do esquecimento pois já não mais podia correr e voar, e por muito tempo fiquei só e busquei um sentido para a vida que tive.
E tenho orgulho de falar que não foi minha mente que alcançou a resposta mais sim o fruto de meu amor, o fruto de minha juventude que me mostrou, que me fez ver o que minha mente mesmo velha não foi capaz de enxergar, me mostrou que o que me valia era essa mesma experiência que julguei nunca ter, que cada erro me tornou um pouco melhor e que meu mundo não estava fechado, pois minha mente podia viajar, podia criar e podia contar, e assim me tornei o que sou hoje, me tornei um senhor de mundo e criador de esperanças, me tornei um escritor.