O TEATRO DA VIDA NÃO PERMITE ENSAIOS

        As cortinas do horizonte se abrem e o astro-rei aparece. Sua luz espalha-se pelo palco da vida.
        Cristiano movido pela sensibilidade, toma seu violão, sua mochila, seu saco de sementes e parte.
        A distância o separa cada vez mais daqueles a quem tanto ama, seus pais.
        Em breve voltarei, pensa ele, deixando uma lágrima teimosa rolar pela sua face rosada.
        Segue seu andar lento e pensativo.
        Agora está em frente da casa de Sofia.Para, olha para a janela do quarto da moça, toma seu violão e se dirige até as proximidades da janela.
        Vou fazer uma Serenata de despedida para Sofia, pensa ele.
        Acompanhado pelo seu violão, Cristiano, canta uma música que aprendeu com seus colegas de Seminário: É uma versão de João de Barro e Alberto Ribeiro.
        " Adeus amor,
        eu vou partir
        Saudades de ti,
        eu vou sentir..."
        Sofia entendendo o recado, não abre sua janela, apenas solta seu choro sentido.
        Cristiano toma seus pertences, respira fundo e recomeça seu caminhar, pois o teatro da vida, não lhe permite ensaios.