Entre dois mundos
Andava eu por uma terra devastada.
A fome por todos os lados matava.
Crianças esqueléticas vi deitadas
em colchões e trapos imundos.
As mães estavam desesperadas.
Suas crianças morriam sem ter ajuda.
Elas nada podiam fazer pela falta de água.
Os politicos tomavam champanhe
enquantos os filhos delas morriam a míngua.
Ao redor de todos o cheiro era fétido
e o ricos nadavam em piscinas cheirosas.
Havia fartura de comida e água em suas mesas.
Mas as crianças na Índia não tinham nem o básico.
Estavam entre dois mundos.
Existe dois mundos diferentes.
O do céu e do inferno
Elas já não podiam clamar.
A pátria delas é um chão de merdas.
Morrem engolindo a própria urina.
As autoridades não se importam...
Não é os filhos delas comendo lixo.
Perecem entre dois mundos crueis.
O das autoridades que passa indiferente
e a do céu e do inferno que os ve enfim morrer.