O VALOR DE UM ESTUDO

O valor de um estudo

Causos de Zé Teodoro

Dois amigos de escolas fizeram juntos, os oitos anos escolares, (o básico). Eles tinham feito o présinho, depois o primário e o colegial, sem reprovas, e já eram mocinhos, tinham a idade de desesseis anos de vida. Entravam na adolescência.

Não tinham ainda namoradas, mas estavam já ficando com algumas meninas. Coisas das juventudes. Seus nomes, João Lacerda, e Benedito de oliveira O Dito (nomes fictícias) como todos o chamavam.

Esse rapazola o famoso. O Dito era muito namorador ficava com varias meninas, sempre tinha uma perto dele, já o João era mais discreto, se tinha uma garota, era uma só, e a maior parte, de seu tempo ela estava sempre com um livro nas mãos.

Trabalhar os dois trabalhavam, eram serventes de pedreiros, serviços duros e pesados. E já tinham até sido promovidos. Eles agora eram pedreiros de meia colher, um quase profissional.

Temporada de férias da escola, época de descanso. E João disse ao amigo, aqui nós, nos separaremos meu amigo, porque eu vou mudar para cidade maior, para continuar estudar e trabalhar, pois na minha profissão eu acho emprego em qualquer lugar.

E o Dito falou, eu não vou fazer isso não, meu amigo, eu quero é me divertir, e muito, a vida é muito curta, se não gosarmos agora, que estamos na flor de nossa idade, mais tarde não teremos tempo, e o Dito ainda lhes disse: __O nosso dia Deus, o fez com três oito horas, somando as três da vinte e quatro horas, que ficam assim, oito para trabalhar, oito para dormir, e oito para farrear. Assim se separaram os dois amigos.

E trinta e quatro anos depois, o destino faz esses mesmos homens se encontrarem.

E isso aconteceu como. O João continuou a ser pedreiro, e também continuou a estudar, e como ele gostava da sua profissão, ele procurou estudar algo em cima do que fazia.

Que era o serviço de edificação civil. E é claro que à medida que ia estudando, ele foi crescendo profissionalmente e sendo promovido.

De pedreiro, a mestre de obra, depois a técnico, depois a Engenheiro operacional, e engenheiro empreiteiro.

E com uma boa equipe, ele fez fortuna. Com muito dinheiro ele comprou boas casas, fazendas, chácaras bons carros, e vivia muito bem. E tinha muito dinheiro.

Já o Dito, este vivia atrás de mulheres, serviço ele nem ligava, se tinha mulher ou um baile, ele já abandonava o seu trabalho, para ir a esses divertimentos.

Na semana, ele não trabalhava mais que quatro dias. E assim ele ficou pobre e pobre ele continuou, depois ele se casou tinha um monte de filhos, cinco ao todo.

Agora com mulher e filhos, ele tinha ficado mais responsável, mas não tinha mudado muito não, ele continuava a freqüentar bailes e boteco, dinheiro mal dava para viver modestamente.

Não tinha casa, vivia de aluguel, e do que ele ganhava no dia a dia.

Credito ele não tinha, por falta de emprego fixo.

Um dia ele o Dito já estava sem trabalho a mais de sessenta dias, e soube que um cidadão estava querendo um caseiro para cuidar de sua chácara, e o Dito se apresentou para o serviço, e foi falar com o administrador responsável para admitir esse, profissional, e em conversa o Dito falou.

__Eu sou um bom pedreiro e posso fazer serviços nessa área, alem de tomar conta da chácara. E o administrador falou: __É isso mesmo que o Dr. quer, um homem para cuidar da chácara, limpar a mesma, e fazer pequenos concertos, ele paga um salário mínimo e meio para o homem e mais um para a mulher, e ainda lhe da uma boa cesta básica, não gosta de estranhos circulando na propriedade, por isso que a casa do caseiro já fica lá no portão de entrada.

Essa casa tem quintal e seus familiares não deve nunca entrar na propriedade, só o senhor e sua esposa quando estiver trabalhando.

E o Dito ficou muito contente, porque era isso mesmo que ele estava procurando. Um bom salário, uma boa cesta básica, e deixar de pagar o aluguel, e ai ele perguntou: __Será que o Dr. deixaria plantar alguma coisa para gasto próprio, como horta ou feijão, coisas de primeira necessidade, claro o Dr. João é um patrão muito bom, apesar de ser muito enérgico com ele tudo tem que ser certinho.

Ai eles entraram na propriedade, para ver por dentro, pastos, pomar, colcheira. A casa muito rica devidamente mobiliada, com seis quartos oito banheiro, sendo quatro huit.

Outra coisa muito importante, senhor, falou o administrador, o Dr. João é muito bom, mas não gosta de falar com empregado, tudo que o senhor quiser falar, fale para mim e eu levarei o caso para ele.

Nisso eles estavam passando perto da piscina e churrasqueira, e o Engenheiro estava ali acertando alguns detalhes, com uns técnicos de som, e o Dito viu e conheceu, que esse tal de Dr. João, era aquele seu amigo, de escola, que a trinta e tantos anos não se viam, e avançando para junto do mesmo disse: __Mas este é meu amigo de escola, que não a vejo a muitos anos.

O administrador tentou segura-lo, mas não conseguiu, ao se justificar perto de seu patrão dizendo: __Dr. eu não tive tempo para evitar essa aproximação. Eu não tive culpa.

O ricaço também reconheceu seu velho amigo, e disse ao seu administrador.

__Não tem importância Alfredo, de fato ele é meu amigo, de escola. E ai os dois se cumprimentaram, e o administrador o falou, ele é candidato ao emprego de caseiro desta chácara. Tem todas as qualidades que estávamos procurando.

O ricaço pediu licença ao velho amigo e se distanciou um pouco e pegando seu talão de cheque fez um cheque de dês mil reais e assinou e veio e entregou para o amigo e disse ao seu administrador.

Alfredo dispense este meu amigo, e procure um outro para esse cargo.

E o amigo ali com aquele cheque na mão protestou. Dizendo.

__ mas João eu tenho tudo que o administrador exegiu, eu gostei daqui e sendo seu amigo vou cuidar como se a propriedade fosse minha.

Mas é por isso mesmo que eu não quero você como meu empregado, Dito, imagine se você faz algo que eu não goste, como que eu faço para mandar um amigo de tanto tempo embora.

E por isso que eu lhe dei, esse cheque, que é para você aproveitar bem esse dinheiro e tentar ganhar o tempo perdido, que enquanto você estragava seu tempo correndo atrás de baile, e mulheres, eu estudava e aplicava meu dinheiro suado no cabo de uma colher de pedreiro, nos meus estudos, e no meu futuro. E hoje olhe para nós dois, quanta diferença.

Por isso Dito valorize seu trabalho, e aplique bem esse seu dinheiro, e daqui alguns anos estará melhor, isso eu garanto.

E o Dito falou com desanimo na vós: __Agora não da mais tempo, meu amigo, já estou com cinqüenta anos, estou quase no fim de minha vida.

E João o ricaço respondeu. __Isso você falou a trinta e quatro anos atrás, e hoje nos temos algo que nos diferencia, se você viver até os cem anos, ainda terá tempo para ser um médico, advogado, porque em qualquer dessas profissões se gasta num mínimo de cinco anos de sua vida ou qualquer outra profissão que escolher, uma faculdade só leva quatro ou cinco anos meu amigo.

Se eu soubesse que iria morrer no final da semana eu ainda, não parava de estudar, que alem de Engenharia eu fiz medicina e advocacia e estou estudando para ser um Juiz. E só vou parar de estudar após minha morte.

E batendo nas costas do amigo ele disse: O SABER NÃO OCUPA LUGAR MEU AMIGO. Vá e seja feliz. Assim o ricaço dispensou seu grande amigo de infância escolar.

ANÁLISE O SEU PASSADO, VIVA BEM O SEU PRESENTE, E PROGRAME O SEU FUTURO.

Autor: Zé Teodoro

Zé Teodoro
Enviado por Zé Teodoro em 14/08/2011
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