O Martelo de Ebano

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Juntamente com um grupo de ciganos, éramos perseguidos por homens de vestimenta negra que utilizavam símbolos da igreja católica, meu clã me chamava pelo nome de Julian, eu tinha mulher e duas lindas filhas.

Vi varias pessoas serem mortas nas diversas cidades em que passamos elas eram torturadas em praça publica com requintes de crueldade, eu olhava para os torturadores e via homens que se diziam servos de um Deus, eram conhecidos por Padres. Eles queriam uma confissão mesmo que a pessoa não fosse bruxo, ou servo do demônio como eles diziam, depois os torturados eram queimados vivos.

O simples fato de ter nascido cigano ou ter outra crença era o bastante para ser assassinado. Vivíamos como nômades e não permanecíamos por mais de uma noite no mesmo local, para que a santa inquisição não nos capturasse.

Minha esposa era uma cigana linda olhos verdes e cabelos negros como o manto da noite eu a amava tanto, minhas duas filhas uma de nove e outra de doze anos pareciam muito comigo, éramos uma família feliz. Toda noite sentava envolta da fogueira juntamente com minha família e amigos conversávamos sobre a vida, a cultura de nosso clã, éramos um povo pacífico minhas filhas ficavam sempre juntas a mim, nessas reuniões, contávamos historias e passávamos nossos ensinamentos aos nossos filhos toda noite era assim quando as meninas pegavam no sono as colocava para dormir em suas redes e ia deitar com minha amada esposa, e foi assim por um bom tempo.

Certo dia, paramos e montamos acampamento aos arredores de Sivaks uma pequena cidade, fui até a cidade comprar alguns mantimentos, que julgávamos necessário, nunca deveria ter ido.

Soldados da inquisição cercaram o nosso acampamento e junto com dois homens de vestimenta negra os atacaram, os que reagiram foram mortos, minha esposa e filhas foram capturadas com o resto do meu clã.

Quando retornei para o acampamento me deparei com a horrível sena, vários dos meus irmãos estavam mortos procurei minha família entre os mortos mais nada:

- Que religião e essa que mata pessoas inocentes em vão?

Eles foram levados em praça publica próximo a uma grande igreja vi tudo de longe, minhas filhas foram torturadas e nem sabiam por que aquilo estava acontecendo, as pessoas ao redor da praça gritavam e deferiam palavrões para elas como se elas fossem servas do demônio, as pessoas gostavam do que viam como se eles sim estivessem possuídos ou adorando o mal.

Vi uma a uma ser queimada e rotulada “bruxas, adoradoras do diabo”, nunca tínhamos feito mal a ninguém minhas filhas não conheciam a maldade até aquele momento, porque esses padres se dizendo servos de Deus nos fizeram tanto mal, o que tinha de Santo Aniquilar as diferenças.

E assim o “martelo das bruxas” exterminou milhares de pessoas, e eu agora era o ultimo do clã Ellebase, e vagava sozinho, pelas noites em busca de vingança todos os inquisidores e pessoas do meio, como delatores soldados que trabalhavam para o martelo das bruxas que encontrei pelo meu caminho matei, e mataria de novo sem do e com estrema crueldade queria que sentissem muita dor como minha família sentiu quanto mais pessoas eu matava mais o ódio aumentava. Eles haviam me tornado um monstro.

Como os responsáveis por tantas mortes utilizavam um guia uma bula chamada Malleus Maleficarum, para realizar toda crueldade inimaginável possível dizendo ser em nome de uma fé uma das maiores mentiras contadas por uma religião corrupta e podre. Adotei como instrumento de minha vingança, aos inquisidores um martelo de duas cabeças uma com ponta e outra quadrada.

Em pouco tempo minha fama já corria por toda a Europa, me chamavam de o Arcanjo atribuíram muito mais feitos e mortes do que eu pudera ter feito, poucos sabiam como eu era realmente e o porquê de tanta violência com supostos homens de Deus, só eu sabia o Deus que esses homens realmente seguiam.

Com o tempo e após tantas mortes da corja da inquisição, Roma planejou uma grande caçada que envolvia muita gente importante e todo seu exercito de soldados do Papa, Roma temia uma grande revolta da população da Europa devido ao crescimento da insatisfação do povo já cansado de tantas mortes.

Ao matar o mais recente inquisidor conheci um jovem padre que seria o próximo torturado da igreja católica, por ser contra a inquisição, nos tornamos amigos após salvar a sua vida,

- Me chamo Cilas. Falou o Padre, - muito obrigado por me salvar.

- Mais quem é você?

- Meu nome não importa! - Porque você estava sendo julgado?

- Eles disseram que eu era um adorador de Lúcifer, por ter criticado no meu sermão a inquisição, e seus métodos.

- Você e o Arcanjo o homem que cruzou a Europa matando inquisidores por mais de cinco anos.

- Sim sou eu mesmo!

- E você ira fazer o que agora continuara sendo um padre?

- Não eu não posso mais ficar aqui – Sou um servo de Deus, e continuarei sendo

- Vou tentar ajudar o próximo, mais nunca mais por essa Igreja corrupta e infestada de servos do diabo.

- Se você quiser poderá vir comigo!

- Estou indo em direção ao vaticano quero matar o responsável pelo martelo das bruxas, o verdadeiro responsável por todo esse sofrimento.

- Você ira atrás do papa Giovanni Batista?

- Irei sim vou matar o homem que acha que é Deus e que pode mandar matar inocentes.

- Farei o pagar por todas as almas inocentes e por minha família.

- Mais antes vou encontrar os autores da bula

- Você padre sabe quem são não sabe?

- Sei sim arcanjo acho que todos os padres sabem!

- O nome deles é Kramer e Sprenger.

Juntamente com o ex-padre me dirigi em direção a um vilarejo da França, ao chegarmos próximo ao local nos deparamos com um vilarejo totalmente destruído, as casas ardiam em chamas, e ao chegar ao centro da vila nos deparamos com uma cena aterrorizante, todos os habitantes estavam mortos, suspensos em cordas, corvos arrancavam a carne queimada de seus corpos infincados em lanças de madeira.

Todos os homens, mulheres e ate crianças, cena horrível isso me fez lembrar minha mulher e filhas. Percebi que ainda se encontrava no local dois soldados inquisidores, ao passar por eles a cavalo, ambos olham para nós e perguntam:

- Quem são vocês?

Respondi – Somos apenas viajantes!

Perguntei para eles o que havia ocorrido na vila;

Eles me responderam:

- Essas pessoas eram adoradoras do diabo, e o santo inquisidor. Dom Firmino o juiz mandou libertar a alma de todos, em um ato de fé.

- Como assim libertar, - e as crianças vocês acham que elas também eram adoradoras do diabo.

Antes mesmo que eles respondessem retirei o meu punhal e deferi um golpe certeiro em um dos soldados, o outro se levantou e retirou sua espada e venho em minha direção.

Do meu cavalo o ataquei com o meu martelo e lhe dei um golpe na cabeça, o jovem padre ficou ali parado atordoada, com a minha violência, mas não me julgou nem falou nada, ele sabia que do meu modo eu só estava tentando acabar com aquela violência. Continuamos a caminhada agora em silêncio em respeito à alma dos inocentes ali mortos.

Vagner Silva Penna
Enviado por Vagner Silva Penna em 12/08/2011
Código do texto: T3155551
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