E o barquinho vai
Jorge Luiz da Silva Alves
Dia de luz, festa de sol, e o Gervásio(*)arrasta as sandálias na abrasadora areia de Ipanema, outorgando prosopopéias para carnes que coram sob o sol a pino. Terça-feira gorda de batentes, mas morbidamente obesa pelas desculpas aos mesmos: no Riozão da Ferveção, ao contrário de outras plagas igualmente animadas, o calor determina os feriados-de-ocasião...
...eis que Sua Majestade, monarca todo-poderoso do caô(*) carioca, visualiza Antoninha de fio dental, promovendo o desvio dos olhares masculinos desde o Barril 1800 até o canal do Jardim de Alá. Desde priscas eras, Gervásio jurara ser o pioneiro na abdução da moçoila ainda nas sardas e shortinhos de cotton; eis que a chance aparece ali, de bruços, bunda ao sol reluzindo a morenice recém adulta no fator 70 do bronzeador, como um arredondado farol conduzindo os cargueiros da Petrobrás deslizando na linha do horizonte...
...eis que Antoninha acena para o sorveteiro do quiosque, retornando o aceno para a moça quanto ao barquete-split a sair, para o refrigério dos prazeres. Gervásio, mais que depressa, aproveita a deixa: corre ao quiosque e paga a conta dobrada a fim de conduzir o néctar à deusa. E o barquinho foi...
...mas não chegou. Por centímetros.
Afinal, Adevaíldo – espadaúdo armário mulato, versão UFC-Full Contact, intercepta a entrega a menos de cinco passos da beldade, “Aí mermão, valeu, hein?!”, o namorado que fora ao carro buscar mais agrado para a sua cobiçada ninfeta.
Gervásio perdeu a pose?! Nada!
De volta ao Méier, o Malasartes carioca derramaria sua áurea versão de conquistador infalível no seu point-drink da Arquias Cordeiro. Vida que segue, barcos, vão, barcos vêm...mas não se perde o bronzeado da prosa – jamais!
(*) - Gervásio é um dos personagens do livro "Viagens e Delírios", famoso por mentir além da conta; e caô é a gíria carioca para tais mentiras.
http://www.jorgeluiz.prosaeverso.net
Jorge Luiz da Silva Alves
Dia de luz, festa de sol, e o Gervásio(*)arrasta as sandálias na abrasadora areia de Ipanema, outorgando prosopopéias para carnes que coram sob o sol a pino. Terça-feira gorda de batentes, mas morbidamente obesa pelas desculpas aos mesmos: no Riozão da Ferveção, ao contrário de outras plagas igualmente animadas, o calor determina os feriados-de-ocasião...
...eis que Sua Majestade, monarca todo-poderoso do caô(*) carioca, visualiza Antoninha de fio dental, promovendo o desvio dos olhares masculinos desde o Barril 1800 até o canal do Jardim de Alá. Desde priscas eras, Gervásio jurara ser o pioneiro na abdução da moçoila ainda nas sardas e shortinhos de cotton; eis que a chance aparece ali, de bruços, bunda ao sol reluzindo a morenice recém adulta no fator 70 do bronzeador, como um arredondado farol conduzindo os cargueiros da Petrobrás deslizando na linha do horizonte...
...eis que Antoninha acena para o sorveteiro do quiosque, retornando o aceno para a moça quanto ao barquete-split a sair, para o refrigério dos prazeres. Gervásio, mais que depressa, aproveita a deixa: corre ao quiosque e paga a conta dobrada a fim de conduzir o néctar à deusa. E o barquinho foi...
...mas não chegou. Por centímetros.
Afinal, Adevaíldo – espadaúdo armário mulato, versão UFC-Full Contact, intercepta a entrega a menos de cinco passos da beldade, “Aí mermão, valeu, hein?!”, o namorado que fora ao carro buscar mais agrado para a sua cobiçada ninfeta.
Gervásio perdeu a pose?! Nada!
De volta ao Méier, o Malasartes carioca derramaria sua áurea versão de conquistador infalível no seu point-drink da Arquias Cordeiro. Vida que segue, barcos, vão, barcos vêm...mas não se perde o bronzeado da prosa – jamais!
(*) - Gervásio é um dos personagens do livro "Viagens e Delírios", famoso por mentir além da conta; e caô é a gíria carioca para tais mentiras.
http://www.jorgeluiz.prosaeverso.net