UM PARTO INESQUECÍVEL

Aconteceu em 02 de janeiro de 1954. Eu tinha apenas cinco anos de idade, mas me lembro nitidamente como se fosse hoje, do nascimento de uma criança, que anos depois veio tornar-se minha querida esposa.

Antigamente quase todos os partos realizavam-se nos próprios lares. Eu e minha esposa coincidentemente tivemos o privilégio de nascermos na mesma casa, sito à rua Caio Prado 429 em Itapipoca – Ceará, no bairro de São Sebastião, santo muito devotado pela maioria dos Itapipoquenses.

Aproveito o ensejo para relatar, que além dos laços de amor e de amizade que nos prendem somos também ligados por laços sanguíneos, conforme descriminação abaixo: o meu pai é tio da mãe dela, minha mãe é irmã do pai dela, sendo, portanto minha prima legítima, sendo que sua mãe também é minha prima legítima, seu pai é meu tio, meu pai é tio dela e minha mãe também é tia, meus avós maternos são também avós paternos dela, os avós maternos dela são meus tios, os meus avós paternos são bisavós dela, os meus bisavós maternos são também bisavós paternos dela, para completar o entrelaçamento tem uma irmã minha, que é casada com um irmão dela, sendo nossos filhos primos carnais, ou seja, primos irmãos. Eu e Lucilene tivemos três filhos: Renato Riva, André Luís e Kátia Manuela, sendo que Antônio e Eurides também tiveram três filhas: Jaqueline, Giovana e Andréa.

Na tarde de 02 de janeiro de 1954, eu juntamente com meus irmãos e alguns primos brincávamos de esconde – esconde, quando de repente começamos a ouvir gritos de dor. Na curiosidade peculiar a todas as crianças, paramos a brincadeira e nos deslocamos até a porta do quarto. Eis que inesperadamente aparece o médico Dr. Rigoberto Romero dando alguns gritos histéricos, mandando que nós saíssemos de lá.

Aqueles gritos ficaram gravados em minha memória, que apesar do tempo ainda hoje escuto como se fosse ao dia. Talvez se não estivesse acontecido aquele alarido do médico, hoje eu nem lembrasse mais daquele episódio.