Dona Etelvina
"o homem e chapéu chegou, mae. " ela corria em direção a ele, mas antes disso dizia: vai pro quintal daqui a pouco eu te chamo. Lá do quarto via aquele homem com minha mãe. Dava muito ciumes e também tinha medo. Ela nunca tinha ficado desse jeito com pessoa nenhuma. Meu pai tinha ido embora e ela assegurava pra gente: "Nunhum homem vai chegar perto de mim, nunca mais". Só de raiva de meu pai, que foi embora e nao ligava pra ela. Ficou magoada e desistiu de namorar.
Quando a gente tava no rio, ela so falava mal dos homens, de todos, principalmente com Dona etelvina, que também era separada e adorava minha mãe que ajudava ela a xingar tudo quanto é gente da cidade. Desde o prefeito ao filho de seu Amaral, de Carlinda de Lia, que engravidou e tirou o menino, e de seu Mario da Venda que que engravidou a enteada. " Bem feito, a mulher foi embora e agora ta sozinho" e logo emendava, "Quem vai querer aquele homem velho e feio. Dona etelvina ja colova outra historia, lembrava de coisas antigas, das separação, das traiços e de todo tipo de mal feito que as pessoa fazia na cidade.
Ela, coitada, so nao lembrava dela, que o marido foi embora com a empregada. Não gostava nem de falar. Só dos outros, e ninguem falava no assunto, que a pobre ai lá pro pé de genipapo e chorava bem baixo, comendo a farofa frango. Mas mesmo assim, não poupava os outros quando voltava. Parece que enchia a barriga de frango so pra ficar mais fofoqueira.
Minha mae era igualzinha, so que era mais comedida, falava com jeito simples, ai parecia que cuidava da imagemdas pessoas, mas se fechar os olhos e nao ver isso, a gente ver que as duas falava mal de tudo mundo.
era bom até porque o trabalho rendia e o tempo passava rapido. quando mais merda acontecia na cidade, mas roupa era lavada. isso me deixava bem ja que nao suporta ir ficar no rio perto das duas.
mas aconteceu que minha mãe pegou esse homem de chapeu, que depois fiquei sabendo o nome dele Armando. quando ele chegava falava pra mim: vai comprar uns pao no seu mario lima, mas volta depois, que tenho coisa pra conversar e vai demorar. assim eu saia, e demorava um monte, e mil bobagens da minha mãe da minha mãe passava na minha cabeça. e ela nao queria que ninguem da cidade soubesse,
principamente dona etelvin, que era carente e não homem nenhum atras dela. ja tinha passado pra ela a idade deles gostar dela. minha me dizia pra minha tia que ela tava doido pra ficar com um, mas ninguem queria,
entao la no rio podia falar de qualquer coisa, menos que minha mae tinha um homem.
acontece que minha mae ficava no rio cantando umas musicas bonitas
e pobre a velha so mascando fumo e olhando pra ela com jeito assustado.
"ta muito feliz hiem martinha". e minha mae docemente constragida, dizia
que nao era nada, que o sol estava dexando o dia bonito. só que dona
etelvina ja sabia. alias toda cidade ja sabia qeiue minha mae tinha perdido a estribeira com homem de fora. "isso me dava uma vergonha" a mae da gente, nunca passou pela minha cabeça que ela pessasse ou precisasse desse tipo de coisa, e tinha meu amigos da escola que nao falava nada, mas eu acreditava que todos nao tirava isso da cabeça. mas de qualquer forma
quem mais se incomodou com foi a amiga dela de rio.
"mas me conta, Matinha, tá com os olhos brilhando". ela descon versava
e toda aquela exuberancia de falar dos outros perdeu, e via a velha etelvina
caida, e triste. deu um tédio o rio. olhos dela olhando o misterio do rio
e dona etelvina cheia de cansaço e impaciencia. coitada da velha, nem homem pode ter, eu ficava pensando, querendo ajeitar a vida dela,
mas nao dependia de mim e pela minha mãe ela ia esturricar de tristeza, pois
so pensa em voltar pra casa e me mandar comprar pao....
teve um dia que ela foi la em casa e foi dura, entrou ja falando alto. Sabe o que o povo ta falando, que voce ta entocando homem dentro da sua casa.
uma mulher que tem filho, isso é feio judinha, o que o povo vai pensar, e o seu respeito. minha mae disse que era so um amigo que nao era nada.
dona etelvina, claro nao acreditou, tomou café com má vontade e foi-se embora. naquele dia presumi que amizade das duas tinha acabado,...isso so porque minha mae ficou mais feliz que dona etelvina.....
Graças a deus, logo logo o homem de chapeu foi embora, tinha minha mae de volta, o rio, ja nao teve mais importancia pra mim, porque fiquei mais grandinho e ja podia ficar em casa. e dona etelvina nao conseguiu mais homem nenhum, continua lembrando do marido que perdeu. coitada
ficou presa nesse passado dela, e minha mae perdeu a estribeira outros monte de vezes, eu nao liguei mais, fingia que era normal a nossa mae ficar com homem. so que nao compro mais pao quando ela se perde assim...........