A BORBOLETA AZUL ( Um sonho numa manhã qualquer de inverno...)
Abri os olhos e vi o teto branco. Meu coração assustado, num sobressalto, se lembrou de ti e por instantes fiquei sem saber se havia sonhado ou se estivera realmente aqui. Fiquei em dúvida se aquele encontro emoldurado na mente havia sido real....
Você se aproximou, disse-me algo aconchegante, talvez aquele simples “oi” - porém, com voz tão melodiosa que senti música em meus ouvidos. Vendo você se aproximar, por um breve instante meu rosto se ruborizou. Quando seu olhar doce me envolveu, esqueci-me do vermelho que se fixou no meu rosto. Aconteceu um longo abraço como se fôssemos velhos amigos...namorados. Não houve tentativa de fuga quando nos olhamos nos olhos. Senti brilhar fagulhas que se saltaram dos olhos. Discretamente você foi me levando para você... Senti como borboleta voando para seus braços e aos poucos fui tomada por um querer pousar e ficar ali por horas, sentindo o calor do teu corpo. Ainda era pouco, queria mais … Quis voar nos seus pensamentos como faço por longas horas, nos meus. Quis falar um poema de amor, cantar uma música junto com você... Quis dançar!
Então, olhos nos olhos, nos beijamos...
Envolta por estas imagens, por horas fiquei ali, sob os lençóis, inerte a lembrar dos momentos vividos em meus sonhos, há tanto, sonhados... Tudo tão irreal que ainda não descobri se você esteve aqui, embora já tivesse visto ao meu lado um espaço frio. Ainda sob os lençóis, não quis acordar... Olhei novamente o teto branco e estampei aquele encontro. Percebi meu corpo estendido no espaço branco e frio. Fui colorindo aquelas cenas inesquecíveis! E nesse filme, sob lençóis, passamos a nos encontrar com frequência. Fizemos planos...Viagens. Passávamos horas juntos construindo sonhos e entre sonhos, vinhos, músicas, flores, amores, sabores … Descobri-me assim.... Pronta para amar sem fim!
Acordei para a vida. Preguiçosamente levantei-me muitas manhãs, despertando daquele sonho emoldurado no teto.
Hoje abri a janela. Deparei-me com as flores no jardim, não tão belas quanto as desenhadas no teto branco... Uma borboleta azul pousou suavemente nas flores e depois se foi… Foi buscar você para mim!
Regina Celi Sales / Cel
Um sonho, numa manhã qualquer de inverno... Julho/2011