Ar de revolta
Todo dia no mesmo horário, ela sempre chegava ao trabalho em sua moto com um cansaço no olhar, do qual o cansaço não a abatia, estacionava sua moto em um canto da empresa, ia para o banheiro ou melhor o vestiário feminino, guardava seu capacete e sua mochila em seu armário e colocava o seu jaleco, e dali esperar alguns minutos até dar o horário de começar seu expediente.
Seu nome não revelarei. Mas ela era uma garota, ou melhor ainda, uma mulher que tinha algo dentro de si, como uma fera querendo se libertar, mas mesmo assim ela era/é feliz. Todos, ou quase todos conhecem sua história.
Quando começava o expediente ela era mais seria ainda do que quando chegava, conversava apenas o necessário.
Um dia fiquei sabendo, mais não sei se era verdade, mas parece que o pai dela a rejeita, foi então que reparei que ela tinha uma tatuagem no ombro, um piercing transversal na orelha esquerda e mais um brinco e uns cinco furos na orelha direita ai me dei conta que isso não tira o carater nem a dignidade de alguém.
Sempre trabalhava com a maior disposição possível, e foi assim que fui com a cara dela, me fazendo reparar que ela era responsável e pontual.
Alguns dias depois, se era verdade eu não sei, só sei que isso eu ouvi, que ela bebeu até cair.
Ela não tinha esse ar de que bebia ou qualquer outra coisa que a pertubava, pois ela acredita em Deus, pois em sua moto tinha um adesivo de um terço com o rosto de Nossa Senhora e um pequeno terço amarrado.
E sempre levava a vida numa boa trabalhando atentamente e com um ar de seriedade em seu rosto fazendo o melhor possível e dando o máximo de si.
Quando ria, seu sorriso parecia iluminar o ambiente em que estava, e com um sorriso encantador desses e a expressão que ficava em seu rosto não tinha palavras para serem descritas.
E com sua seriedade, até mesmo depois da janta ia assim até o fim do expediente, para então só recomeçar no dia seguinte.