O SUS e Paulo Henrique - LIA LÙCIA DE SÀ LEITÃO - 07/07/2011

Caros leitores, aqui em Olinda, a primeira cidade Patrimônio Mundial da Humanidade, título cedido pela UNESCO, a cidade mais amada pelos artistas e mais desprezada pelos políticos, mais doce e sedutora dos namoros de fé e folia. A primeira cidade das Américas governada uma mulher Dona Brites de Albuquerque esposa do donatário da Capitania de Pernambuco Duarte Coelho Pereira. Pois bem, não vou dizer agora que Olinda não tem hotéis que comportem turismo de ponta, nem vou dizer que a cidade não é devidamente organizada para receber turistas do mundo inteiro, há quem trabalhe, mas os recursos que chegam para as obras reais são tapa buracos ou o sol dos trópicos queimam as idéias de quem administra e tudo permanece tapa buraco, como a Educação, a Administração, a Saúde, ixi! Esses três itens são nacionais. Vamos pular para um único tópico, a saude, e finalmente chegar ao Paulo Henrique meu sobrinho de apenas um mês e meio de vida.

Trágico! A Clínica particular cujo Plano de saúde cobra cinqüenta reais pelas vacinas gratuitas do SUS não tinha a vacina de imunização de varíola, mas ai questionei a atendente de enfermagem: moça qual o motivo da caristia? A resposta foi seca, essas vacinas não são vencidas. Arrepiei! Liguei imediatamente para uma pessoa da família que é médico de um postinho de saúde na favela, fiz o mesmo questionamento e fui chamada de ignorante, realmente tinha ocasiões que faltava a vacina, mas que a qualidade era das boas, masOlinda não tinha aquela vacina de imunização só na UPE em REcife.

Bom, a médica fez aindicação para essa vacina e avisou que menino tinha que ser imunizado contra catapora, pois a mãe está que nem sapo pintado de bolinhas, e eu mais uma vez questionei: Dra. qual o posto que encontro essa imunização? Sabiamente ela respondeu, querida em Olinda não temos nenhum postinho que possa socorrê-la, só na UPE, a Doutora confirmou a informação anterior, muito risonha assegurou que seriamos bem direcionados, a UPE era referencia, fiquei feliz com tantos elogios. UPE - Universidade de Pernambuco é uma Universidade Estadual, muito boa por sinal, lá tem formado muitos médicos de primeiríssima qualidade. Chamei a mãe, a outra tia, colocamos o nenem na cadeirinha que o DETRAN determina para transportá-lo e fomos.

Amigos que susto! O Hospital deve ser bom não posso dizer porque não entrei para ver, mas começo a ter minhas dúvidas, dobrei ali, depois mais ali, depois acolá e cheguei num local chamado CRIU ( acho que é bem isso), já estava de cabelos em pé, a sujeira, esgoto a céu aberto, aqueles homens levando roupas em carrinhos e adentrando naquele lamaçal verde de rua, poças de água braça pareciam de lavanderia escorrendo a meio fio.Um veículo quebrado e estacionadopróximo a uma guarita do hospital, novinho! Largado num esgoto verde com os quatro pneus baixos, ao léo.

Finalmente entro num bequinho, mas fui repreendida por um senhor que me fez sair de ré, e sai. Mas, como eu não podia deixar de ver o que queria ver fiz um contorno e não me viram entrando em uma ruinha paralela, perto do prédio de Pós graduação, de quê também não sei, até bonito o edifício, mas o lamaçal ainda permanecia, Gente! Estacionei o carro e fiquei esperando as duas resolverem lá a imunização da criança e sair dali voando. Sem contrariedades, mas não foi bem isso que aconteceu.

Um homem estacionou junto ao meu carro, um baita importado, um senhor distinto se não abrisse a boca pra falar bobagens. Cumprimentou-me eu respondi polidamente, ele questionou se eu tinha alguém ali internado, e eu expliquei, meu sobrinho veio tomar uma vacina de imunização de catapora. Continuei falando, o senhor está vendo que abandono essa ala? Aqui recebe, crianças, gestantes, como pode um Hospital desse porte ficar assim desprezado? Ele respondeu que para o povinho do SUS estava bom demais e que ele estava ali pra castigar a filha que tinha uma criança de um homem que ele não gostava. Gente do céu, os cabelos arrepiaram de baixo para cima, olhei para ele e questionei o que sua neta tem? E disse que ela fez uma colonoscopia não sei dasquantas e a menina estava para uma imunização também porque tinha complicaçõesintestinais, e que só ali tinha a tal vacina, e eu disse é mas o povinho do SUS está na nossa frente eles tem vacina e nós? Ele olhou pra mim e disse, sim! Mas eu posso pagar uma clínica, e eu continuei é mas na doença todos são iguais, a exemplo disso é a sua clínica particular não ter a vacina de imunidade, o senhor não percebe que está tirando de uma criança povinho do SUS a imunização para a sua neta? Quando eu vi que o homem ia engrossar eu muito educadamente dei um sorriso e disse, não falo no momento dos poderes aquisitivos falo é da sujeira de um Hospital como esse dito referencia, do pouco caso, da lama, de ver o Estado gastando milhões em propagandas e aqui ter relaxamento ao ponto de se desconfiar de focos de dengue, falo ao Senhor do absurdo de pessoas como o senhor pensar assim, o povinho do SUS não merece respeito nem dignidade, e o senhor estar aqui na condição de cidadãozinho? Dei as costas e sai bufando.

Amigos eu sou do tipo que não posso ficar com raiva pública porque sou capaz de ir na reitoria, gerencia, administração, secretário, imprensa, ai Jesus sou capaz de virar bicho e terminar em movimento social, mas como jurei que não faria mais dessas loucuras, sai de perto, fui até a secretaria encontrar com a tia, a mãe e o menino.

SURPREZA!

Um funcionário semi analfabeto, ou pouco interessado, não leu a guia médica nem do meu sobrinho e nem da neta do cidadãozinho ( respeitando a estatura do homem) e enviou as responsáveis para uma ala de crianças com doenças contagiosas, e dentre elas hepatite C. Olhei para o funcionário e disse: o senhor é um criminoso! O homem quis se espoletar e eu agi brasileiramente, calado senhor! E enfiei o dedo em riste nos bigodes dele e disse assim: o senhor mandou duas crianças de imunização para a ala de doenças infecto contagiosas! Ele! A senhora queria o quê? Aqui é SUS!

Bom, nem vou falar a minha indignação e o arranca rabo que fiz. Espalhei desaforos, fiz salseiro, como não sou besta, aproveitei o Senhorzinho lá fora e taquei fogo, pois é, o senhor tão importante, deve ter amigos importantes, quiçá até políticos, eu sou povinho do SUS mas fui atrás de sua netinha e de sua filha para alertá-la sobre o perigo daquela ala para uma criança com colostomia, como era o caso . O homem ficou brabão e disse que ia tomar providências.

Sai ainda arreliada com um guarda que veio me mandar sair do estacionamento improvisado para dar o lugar a uma bonita que queria guardar outro importadão ali no bequinho.

Escrevi uma carta para o ex ministro da saúde e atual secretário de saude de Pernambuco o Sr. Dr. Psiquiatra Humberto Costa vamos ver se a carta chega e se ele se pronuncia quanto aos funcionários irresponsáveis, concursados que nós pagamos para as péssimas informações e falta de respeito humano.

Bando de Políticos safados, cojas! O SUS funciona quem não funciona são vocês e suas políticas relaxadas e relapsas, marginais de carteirinhas.

Deixar um hospital exposto ao esgoto e ao excremento de uns poucos funcionários que são da mesma tessitura que vocês ( Prolixa leitura? Libero as Letras que se mexem para a interpretação individual)

Sinceramente não posso desejar que queimem no fogo do inferno, mas adoraria que vocês se servissem do SUS na situação de povo!

Um sistema de excelência se houvesse uma seleção honesta, um programa de educação para esses estrupícios que atendem o público, desses funcionários que são reflexos do que vocês políticos passam para o povinho que utiliza o SUS depois do voto.

CANSEI!

AS LÁGRIMAS ME CAEM PORQUE EU TAMBÉM TENHO PLANO DE SAUDE, MAS MEU PENSAMENTO É NO OUTRO QUE NÃO PODE CUSTEAR UM ATENDIMENTO MELHOR PARA OS SEUS FAMILIARES E SE SUJEITAM AOS ESTRUPÍCIOS DESQUALIFICADOS QUE DIRECIONAM O CIDADÃO AOS SETORES (in)COMPETENTES.

Lia Lúcia de Sá Leitão
Enviado por Lia Lúcia de Sá Leitão em 07/07/2011
Reeditado em 07/07/2011
Código do texto: T3081339
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.