Pequena estória da humanidade ampliada
Era um tal estado de coisas que a política desceu dos deuses aos homens, e o perigo subiu da terra ao Olimpo, e os deuses viram que alguma coisa precisava ser feita, porque o Olimpo também era na terra, os Deuses precisavam dos humanos para sua razão de existir, só os humanos não entendiam bem (e nem faziam questão) de seu trajeto na história. O labirinto do fauno estava a alguns passos, e todos entretidos com esta ou aquela flauta mágica, aquela ou esta lâmpada geniosa, esta ou aquela palavra amiga. De quem não sei.
Como num mais-que-agora, algum abençoado deus votou por uma democracia mais participativa e menos representativa. Os humanos demorariam muitas páginas até que algum Prometeu roubasse (ou aceitasse carregar o fardo) da mínima fagulha crítica que fosse sobre o real, o virtuoso, o digno significado de tudo isso por um viés fantástico, e mesmo assim todos regozijaram e se puseram a tentar, eles mesmos, a construir pequeninas pontes de barro com suas gigantescas mãos tão firmes. Era não o primeiro nem o último, mas um novo dia.