EU E O COMPUTADOR. LIA LÚCIA DE SÁ LEITÃO - 04/072011

As coisas acontecem na vida da gente e só com a maturidade que percebemos que a inocência beira a ignorancia. Com o advento do computador que na época era um brinqueinho de adulto, assim também o foi um dia o celular, aqueles tijolos pretos sinônimo de status dependendo da memória. Eu tinha um que até falava sozinho em alto e bom som, só depois fiquei sabendo que tinha que apertar uma tecla para sair o viva voz.

Bom, voltando ao computador, eu precisava de um para programar meus materiais didáticos, as pesquisas na internet, provas, essas coisas que facilitam o dia a dia da gente.

Sai de uma máquina de datilografia olivetti elétrica para um computador de tela colorida, a tecnologia entrava em minha vida assim como aquele que descobriu a luz em a Caverna de Platão. Mas, tinha um porém eu não sabia mexer naquela coisa em cima da mesinha e todo coberto com capas plásticas. Não podia fumar no quarto, não podia deixar cair a energia nem ouvir um trovão, tudo isso abalaria o SISTEMA DE NERVOSO da máquina.

As pessoas diziam que eu tinha que fazer um curso de word, em tal ou em tal empresa para aprender a cavoucar, ops navegar.

Na verdade me via doida! Um dia cheguei no Colégio que trabalhava na época e a coordenadora me deu uma noticia internética! Vamos ter um curso de informática para faclitar a vida dos professores. Eu amei! No intervalo da tarde para coite, corri, fiz um lanche e ui para a aula. Meus sais! O professor falava em arquivo, em armazenameno, em informaçõe em janelas, e eu mais qe nunca perdida, senti-me naufrago. Nesse dia consegui deletar os computadores em rede da sala de informática, não me pergunte como o fiz porque nunca soube como cnsegui tal evento. Fui convidada a ter um curso mais seguro com aulas individuais, achei a idéia boa, assim não passaria vergonhas com os colegas. Voltei para casa meio para baixo, e fui procurar um amigo que era o top de linha em computação. Ele realmente me ajudou muito, me ensinou primeiramente a ligar e desligar a máquina, depois ele se plantava a frente do micro a conversar em bate papos e só me mostrava a planta baixa do museu do Louvre e dizia atualiza esse site, para quem não sabia nem o que era um sie atualizar era pedir demais!

Gente! Eu precisava aprender a escrever no word, ele me ensinou abrir o tal word, mas depois que ele foi embora eu teclei um ponto e pimba! me ferrei, eu escrevia e o ponto não saia, eu apagava e o ponto não saia, eu ligava pra ele e ele dizia como eu tinha que agir, e assim fui acertando a mexer nesse brinquedinho de tortura.

Certo dia, na escola umas amigas disseram-me você não tem ICQ? Cacete, pirei! Infernizei tanto a vida do meu pofessor que não saia da frente do micro e só me mostrava a planta o Louvre, que ele instalou aquela maravilha de bate papo. Dias depois, outo colega perguntou se eu entrava em chat. Delirei ao saber o que era aquela maravilha, conhecer outras pessoas sem ter que necessariamente me mostrar. Mais uma vez insisti com meu professor que se negava veementemente a realizar tal cisa, chat não era um bom programa de internet, o melhor era mesmo ficar nas pesquisas, e eu já tinha saido da planta baixa do Louvre para os corredores com acesso as obras. Mas eu insisti tanto que ele me deu a dica. Tudo oi muito fácil com ele me orientando mas e depois que fiquei sozinha, os atropelos começaram. Por fim resolvi desligar o micro e reinicia-lo, deu certo, mas dai já não mais entrei no inocente bate papo cujo nick ( apelido) era Aldonça del Tomboso mais bonito dizer Dulcinéia de D. Quixote. Ao reiniciar a máquina tomei um caderninho que me orientava em tudo, e segui os passos, entrei numa sala de bate papo sozinha mas o sem vergonha tinha anotado como eu entrava numa sala de sacanagem, e quando aparece uma estampa pimba! Aquela coisa enorme, viril e ereta, tomei um baita susto, como já sabia aonde devia escrever, coloquei omo um lamento, comprei um computador de ultima geração para estudar, ler, trabalhar, queria conversar com alguém e o que me aparece essa droga em pé. Eu não mereço isso!

Alguém me interpela e pergunta e me orienta sair daí e entrar na sala de bate papo decente. Sai, entrei na outra sala e passei anos viciada no chat de bate papo do UOL, hoje posso dizer que fui da época da midi de tililim, depois da midi cantada e do rádio, até hoje a evolução do yutube.

Lia Lúcia de Sá Leitão
Enviado por Lia Lúcia de Sá Leitão em 04/07/2011
Reeditado em 04/07/2011
Código do texto: T3073858
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